A Caoa Chery é uma das empresas que mais crescem no país e deve fechar 2021 superando as 40 mil unidades emplacadas. Nesse cenário, enquanto modelos maiores como Tiggo 5X, Tiggo 7 e Tiggo 8 se destacam em seus segmentos, o Tiggo 3X Pro ainda não incomoda os crossovers compactos e aparece em uma discreta 19ª colocação. Mas por que ele ainda não é tão competitivo? Quais são seus pontos positivos e negativos? O R7-Autos Carros levou o menor modelo da gama para um teste de uma semana. Compacto, com motor de três cilindros turbinado e bem equipado, o modelo da Caoa Chery segue a receita usada em competidores diretos com essa opção como o Volkswagen T-Cross e Nivus, Chevrolet Tracker, Hyundai Creta e agora o Fiat Pulse. Isso sem mencionar o universo de modelos do mesmo porte que concorrem com o Tiggo 3X Pro. O visual é moderno, com conjunto ótico afilado e grade ampliada e hexagonal usada em novos modelos da marca, perfil ascendente e traseira... bem, a traseira não mudou quase nada em relação ao Tiggo 2, que segue em linha como opção de entrada. Ao menos por enquanto. O mesmo ocorre no perfil lateral quase sem mudanças em relação ao anterior. A motorização é conhecida em vários concorrentes: 1.0 turbo de três cilindros com 102 cv a 5.500 rpm e 17,1 kgfm de torque a partir de 1500 rpm associado ao câmbio CVT que simula nove marchas. Sem injeção direta de combustível, faz de 0-100 km/h em 12 segundos. No conjunto, direção elétrica, farois em LED, multimídia com tela de 9 polegadas entre outros elementos.Bom na cidade, nem tanto na estrada Dessa vez foi possível rodar com o carro por todos os tipos de trajeto ao longo de uma semana. Ágil nas saídas, com torque disponível já em 1.500 rpm, o Tiggo 3X desenvolve bem no ambiente urbano. É leve e ganha velocidade rapidamente. No entanto, em percursos rodoviários se nota a limitação do motor de 102 cv, que de longe é inferior ao entregue pelos concorrentes. A direção, que é leve e confortável na vida urbana, poderia ter uma calibração mais pesada em altas velocidades e requer cuidado. O mesmo pode ser dito do isolamento acústico da cabine, pois o motor de três cilindros é sempre notado em rotações mais elevadas, mas nada que não se repita em seus concorrentes diretos. O câmbio CVT tem uma boa comunicação com o motor especialmente na cidade. Porém tem alguma dificuldade de entender retomadas e frenagens mais bruscas, algo com que se deve acostumar com o tempo. A suspensão foi bem calibrada para desvios rápidos e entrega conforto sem batidas secas, algo comum em carros desse segmento e que o Tiggo 3X Pro não tem. O freio também parece um pouco alto e com muito curso. É claro que nesta avaliação estamos observando o Tiggo 3X Pro diante do que o mercado oferece e em uma análise mais exigente feita por quem conhece outros produtos alinhados com o produto da Caoa Chery.Amenidades No uso diário o Tiggo 3X se mostra bem equipado e interessante. A multimídia de 9 polegadas é intuitiva e com bons gráficos, além da conectividade com smartphones (ainda que exija fio de conexão). A câmera de ré poderia ter resolução melhor, mas funciona bem, assim como os bons faróis e conjunto de luzes de LED que trazem elegância e funcionalidade. E para quem criticava os primeiros modelos da Caoa Chery a boa notícia é que o acabamento e a montagem, mesmo neste modelo que é o menor e um dos mais em conta da marca, chegam a ser superiores em comparação com vários concorrentes. Sua única herança da antiga fase da Chery no país é a ergonomia, que poderia ser melhor e é derivada do antigo Celer, que dá base ao Tiggo 3X Pro. O porta-malas de 420 l é muito bom, mas em termos de espaço a herança do compacto Celer volta à lembrança. Ele tem 4,20 m de comprimento e 2,55 m de entre-eixos, 1,76 m de largura e 1,57 m de altura.Lista de equipamentos é farta É inegável que o Tiggo 3X Pro entrega uma lista interessante de equipamentos por um preço menor. Além dos faróis de LED, multimídia de 9 polegadas com Android Auto e Apple CarPLay, câmera de ré, partida por botão, bancos com revestimento de couro sintético e chave presencial, o crossover tem painel digital amplo com muitas informações (computador de bordo, check control, detector de fadiga, sensor de monitoramento de pressão de pneus entre outros), controles de tração e estabilidade, mas apenas dois airbags e freios ABS dianteiros. A versão Pro custa R$ 109,9 mil nos 137 concessionários da Caoa Chery, mas facilmente se obtém algum desconto com a política de vendas agressiva da marca. Diante dos concorrentes é de longe um dos mais baratos. A versão mais equipada equivale aos modelos de entrada da Tracker, Nivus, chegando ao preço equivalente ao do modelo mediano do Fiat Pulse e ainda muito mais em conta que o Creta, que é o mais caro de todos. No custo-benefício o Tiggo 3X Pro é interessante e ainda guarda a vantagem dos cinco anos de garantia e o preço das seis primeiras revisões tabelado em R$ 4.300,15.