BYD: quais são os planos da gigante chinesa que terá fábrica no Brasil
Marca irá investir R$ 3 bilhões para produzir carros, ônibus e caminhões elétricos no país
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
A BYD já tem seis automóveis lançados no país e uma estratégia agressiva, própria do estilo chinês, para o mercado brasileiro. Engana-se quem pensa que a marca será apenas uma importadora no mercado de carros do Brasil.
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Além de querer abocanhar boa parte do mercado premium no país, BYD (do inglês “build your dreams” ou construa seus sonhos) quer também chamar a atenção de consumidores das marcas generalistas incomodando modelos topo de linha. O apelo da eletrificação também bate forte em processos que ainda estão começando - ou nem começaram em marcas tradicionais.
A BYD é uma marca que vale mais de US$ 100 bilhões de dólares, metade do PIB brasileiro e já está no país há oito anos. Começou com uma operação de montagem de chassi de ônibus elétricos em Campinas.
Hoje tem unidades de produção em Manaus e Campinas para fazer baterias de fosfato de ferro-lítio (LiFePO4), a linha de ônibus e o anúncio de uma fábrica de carros elétricos na Bahia. A BYD usará a fábrica que era da Ford até janeiro de 2021 e irá investir R$ 3 bilhões. Os executivos chegaram a dizer que “não há limitações para os investimentos no mercado brasileiro.
O primeiro passo foi incomodar o segmento de modelos de luxo com o SUV TAN e o sedã de luxo HAN que levou consigo alguns clientes das marcas Volvo, BMW, Audi e Mercedes Benz. Este ano, a marca ampliou a ofensiva com o elétrico Yuan e o híbrido Song Plus que passou a incomodar veículos como Peugeot e-2008, Jeep Compass 4xe e Toyota Corolla Cross, SUV que hoje já vende menos que o GWM HAVAL 6.
Agora a BYD quer clientes de SUVs de entrada oferecendo o Dolphin que embora seja um monovolume tem autonomia equivalente a de um tanque de etanol de um concorrente turboflex.
O próximo passo é fazer clientes de sedãs médios avaliarem a compra do Seal e em breve entrar com o Seagull em uma faixa inferior aos R$ 120 mil. Esse é o preço de um compacto turboflex topo de linha como Volkswagen Virtus, Chevrolet Onix Plus e Hyundai HB20S.
Outro ponto estratégico são as concessionárias. Até 50 pontos de venda em todo o país. Destes, 18 já estão em funcionamento presentes em boa parte das capitais brasileiras. A meta é dobrar a quantidade de pontos de venda em 2024 chegando a 100 em todo território. Quando isso ocorrer a marca terá potencial para superar o volume de vendas da Caoa Chery, Audi, Nissan e a Ford.
O mercado automotivo brasileiro não está observando esta movimentação de braços cruzados. As marcas tradicionais já estão reduzindo o preço dos seus carros elétricos. Até a Toyota se movimentou para facilitar o financiamento dos seus veículos no país. Até a JAC Motors se movimenta para lançar o Yiwey 3 e também vem reduzindo o preço do e-JS1, subcompacto elétrico.
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Nos anos 1990 as marcas sul-coreanas levaram 10 anos para se estabelecerem. Nos anos 2000 as marcas japonesas já estavam estabelecidas com fábricas também no mesmo período de atividade. Agora os chineses estão capitalizados o suficiente para mudar o mercado em um tempo bem inferior a isso. Essa mudança já começou.
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