Relatório aponta crescimento dos casos de antissemitismo no Brasil
Levantamento apontou um aumento de 350% no número de denúncias em comparação a 2022

O Brasil registrou um crescimento alarmante nos casos de antissemitismo em 2024, segundo o Relatório de Antissemitismo da Confederação Israelita do Brasil (CONIB).
O levantamento, que foi divulgado nesta terça-feira (15), apontou um aumento de 350% no número de denúncias em comparação a 2022, atingindo o recorde de 1.788 ocorrências.
O mês de outubro de 2023, em meio ao conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, marcou uma virada preocupante, com um salto de mais de 1.000% nas denúncias em relação ao mesmo período do ano anterior.
As redes sociais se consolidaram como principal ambiente de disseminação do ódio. Em 2024, 73% dos registros ocorreram no meio digital.
Já no ambiente físico, os relatos incluíram agressões verbais, pichações e ameaças explícitas, algumas evocando símbolos nazistas ou incitando o extermínio de judeus.
O monitoramento da CONIB revelou ainda 84.971 menções antissemitas nas redes ao longo do ano, muitas delas estimuladas por declarações de figuras públicas sobre o conflito no Oriente Médio.
Medidas para coibir o antissemitismo
A resposta institucional também avançou. O departamento jurídico da CONIB recebeu 104 denúncias em 2024, das quais pelo menos 50 foram encaminhadas à polícia ou ao Ministério Público.
O relatório destaca decisões judiciais importantes, incluindo uma condenação de 18 anos por discurso de ódio e incentivo ao genocídio por parte de um influente líder religioso.
O Supremo Tribunal Federal também estabeleceu jurisprudência ao rejeitar acordos de não persecução penal em crimes de racismo contra judeus.
Apesar dos números preocupantes, a pesquisa Global 100 da ADL mostra que o Brasil ainda tem uma percepção relativamente positiva da comunidade judaica: 68% dos brasileiros expressam opiniões favoráveis aos judeus, acima da média regional.
No entanto, persistem estereótipos perigosos: 55% acreditam que judeus têm muito poder nos negócios, e 35% acham que controlam os assuntos globais. Esses dados revelam a necessidade urgente de mais educação, políticas públicas e engajamento da sociedade para combater o antissemitismo de forma estrutural e eficaz.
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