Brasil registra 42 ataques a escolas desde 2001; casos disparam a partir de março de 2022
'Escola não é impermeável ao que acontece fora dela', diz especialista sobre escalada de violência; veja análise
Conexão Record News|Do R7
O Brasil registrou 42 ataques a escolas desde 2001, segundo o mapeamento Ataques de Violência Extrema em Escolas do Brasil, feito por grupos de pesquisas da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O estudo ainda mostrou que mais de 64% desses ataques ocorreram após março de 2022. São Paulo lidera o número de ocorrências, na sequência vem o Rio de Janeiro e depois Bahia.
Em entrevista ao Conexão Record News desta sexta-feira (30), Claudia Costin, especialista em educação e presidente do Instituto Salto, reforça que, apesar de uma crescente nos números, o problema não é recente e merece um olhar mais apurado para o que ocorre fora das instituições de ensino também. “A escola não é impermeável ao que acontece fora dela. Muito ódio e muita rede social, alimentando e estimulando os jovens e ex-alunos que façam ataques”, pontua.
Claudia também alerta para a utilização de celulares e redes sociais pelos jovens, que potencializam o bullying. A especialista recomenda que não se autorize redes sociais antes dos 16 anos e que os pais fiquem mais atentos aos comportamentos dos filhos. Um dos pontos positivos, segundo ela, foi a retirada dos celulares na sala de aula.
Na tentativa de tentar resolver esse problema que vem escalonando, Claudia afirma que a escola não está preparada e não pode fazer tudo sozinha, necessitando da ajuda de outros atores, como o engajamento da família. No que compete ao papel das instituições de ensino, a especialista cita o ensino da educação midiática, como a navegação com segurança na internet, educação para paz, além do apoio da segurança pública, porteiros, câmeras de segurança e ronda escolar. “Porque um ex-aluno entrar armado em uma escola, tem algo errado acontecendo”, ressalta.
Já do lado dos pais, um caminho proposto pela educadora é que os responsáveis informem à direção escolar quando houver algo estranho, que a criança está sofrendo bullying ou tomando atitudes agressivas. Atrelado a isso, uma equipe multidimensional, que possa ser rapidamente mobilizada para agir em situações-limite, deve estar presente nos colégios.
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