"Atirador tinha plano e sabia usar armas", diz delegado de Campinas
Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, abriu fogo e deixou pelo menos quatro pessoas mortas na Catedral Nossa Senhora da Conceição
São Paulo|Fabíola Perez, do R7

O delegado do 1º DP de Campinas, Hamilton Caviola, afirmou que o atirador Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, que abriu fogo e deixou pelo menos quatro pessoas mortas na Catedral Nossa Senhora da Conceição, no centro da cidade, tinha conhecimento no manuseio de armamentos. "O manuseio de uma pistola automática é complicado por si só", diz ele. "Ele manuseia uma arma e ainda faz a substituição do carregador dela. Isso é muito difícil para uma pessoa leiga", afirma.
Uma pessoa que não tem conhecimento sobre como manusear armamentos, segundo o delegado, não conseguiria demonstrar a mesma rapidez que o atirador apresentou nas imagens obtidas por meio das câmeras de segurança da catedral. "Também causa o choque o local e o horário escolhido pelo atirador", diz o delegado.
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Segundo Caviola, o homem, que aparentava ter entre 35 e 40 anos, teria planejado o ataque. "A pessoa entra na igreja tranquilamente, sem correria, e permanece sentado por alguns minutos", explica o delegado. "Ele estudou muito bem e se planejou entrar na igreja. Ele entrou com o objetivo de matar alguém."
O delegado afirma que o atirador não saiu correndo para atirar e teria executado um plano com calma. "Dentro do que tinha na cabeça dele, ele executou o plano."
O atirador ainda não foi identificado pela polícia. "Só teremos a motivação a partir do momento que ele for identificado. Fica muito difícil a saber a motivação sem identificação", afirmou Caviola. "Precisamos saber quem é essa pessoa."
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O delegado afirma que o primeiro passo nas investigações será ir até o local para coletar possível indícios que levam à identidade do atirador. Além disso, serão entrevistadas pessoas das proximidades da catedral para fazer um possível reconhecimento do atirador. "Estamos colhendo as impressões digitais para confrontar com o banco de dados", afirma.
Até o momento, nenhuma pessoa afirmou reconhecer o atirador. "Vamos entrevistar as pessoas que ficaram feridas assim que possível."
