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Atraso na entrega das vacinas contra Covid-19 aos estados ocorreu por troca de fornecedor

Primeira farmacêutica selecionada não teve a dose aprovada pela Anvisa após a necessidade de atualização do imunizante

Saúde|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília, e Deborah Hana, da RECORD

Eder Gatti, iretor do Departamento do Programa Nacional de Imunização RECORD/ Reprodução

O diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, afirmou que a troca do fornecedor farmacêutico seria o principal motivo pelo atraso na entrega das vacinas contra a Covid-19 aos estados, o que resultou na falta de imunizantes em postos de saúde. Inicialmente, o governo federal selecionou a empresa Zalika para a aquisição das doses. Entretanto, com a necessidade de alteração na composição da vacina, a nova fórmula da empresa não foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que forçou o governo a buscar outro fornecedor. A farmacêutica Pfizer foi a escolhida.

Em entrevista à RECORD, Gatti informou que pelo fato de o vírus da Covid-19 sofrer alterações constantes, a OMS (Organização Mundial de Saúde) atualiza regularmente a composição da vacina, obrigando o fornecedor a distribuir versões mais atualizadas.

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“O que aconteceu é que o fornecedor que ganhou o contrato, quando ele foi atualizar sua vacina, a Anvisa não aprovou a atualização. Isso tornou esse fornecedor impedido de fornecer a vacina para o Ministério da Saúde. O que precisou aconteceu foi chamar o segundo colocado no processo de pregão”, disse.

O diretor explicou, ainda, que nos últimos dias a pasta se dedicou na assinatura dos contratos com o novo fornecedor para “garantir o abastecimento” com a versão mais atualizada do imunizante. Com a mudança, a farmacêutica Pfizer será responsável pelo fornecimento das vacinas.


Segundo o ministério, foram compradas 57 milhões de vacinas contra a Covid-19. As entregas serão feitas de forma parcelada, conforme a demanda e a adesão da população à vacinação. A primeira remessa, com 8,5 milhões de doses, deve chegar até maio deste ano.

No Distrito Federal, por exemplo, moradores reclamam da falta de vacinas contra a doença na rede pública. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o imunizante para crianças acima de 5 anos está em falta nos postos de saúde do DF. “Salientamos que a reposição das doses é feita pelo Ministério da Saúde.”


Anvisa

Apesar do atraso também ser favorecido pela negativa da Anvisa, Gatti afirma que a agência tem o papel de garantir que a oferta de produtos para a população seja a melhor possível. “Será o produto com a melhor qualidade, que vai estar na melhor composição, ou seja, o objetivo da Anvisa é oferecer o melhor”, disse.

“Se a Anvisa detectou uma determinada situação e deu uma determinada recomendação, o Ministério da Saúde segue. A gente tem que pensar que, independentemente do que aconteceu, as decisões foram tomadas para garantir o melhor para nossa população”, completou.


O diretor informou que as últimas doses presentes no estoque do ministério foram distribuídas aos estados. Ele contou que a pasta passa por um processo de transição e que trabalha para ter mais doses no menor período possível. “Nós esperamos que a distribuição nas próximas semanas regule os estoques”, destacou.

Vacinação

Além das doses de vacinas contra a Covid-19, o ministério deu início a uma campanha de vacinação em escolas do país para atualizar as cadernetas de vacinação dos alunos. A expectativa é que, entre os dias 14 e 25 de abril, o governo federal vacine 27,8 milhões de jovens de 109,8 mil escolas públicas do Brasil em 5.544 municípios. Esse valor representa 80% das instituições da rede pública de ensino.

Na entrevista, Gatti ressaltou a importância da vacinação, destacando que os imunizantes devem ser vistos como um benefício aos jovens. “A vacinação não pode ser vista como uma obrigação. Na verdade, ela é um direito da criança. Então, quando o pai vacina o filho, ele está simplesmente garantindo o direto dessa criança do acesso à saúde”, completou.

De acordo com o Ministério da Saúde, serão aplicadas doses das vacinas contra febre-amarela, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), DTP (tríplice bacteriana), meningocócica ACWY e HPV.

Público-alvo e calendário de vacinação

A vacinação contra a Covid-19 permanece prioritária para crianças menores de 5 anos, idosos, gestantes e grupos com maior vulnerabilidade, como pessoas imunocomprometidas, ribeirinhos, quilombolas e indivíduos com comorbidades.

O imunizante agora também integra o calendário vacinal nacional para gestantes e idosos. As gestantes receberão uma dose por gestação, enquanto os idosos receberão uma dose a cada seis meses.

Para os grupos especiais, a vacinação será periódica: a cada seis meses para imunocomprometidos, e anualmente para os demais. A aplicação estará disponível em todas as salas de vacinação do país.

Atualmente, 86% dos brasileiros já receberam pelo menos duas doses da vacina contra a Covid-19.

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