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Estudo associa café e chá a menor risco de derrame e demência

Em artigo científico, pesquisadores associam consumo de quatro a seis xícaras de uma das duas bebidas a benefícios para a saúde

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Outros estudos já apontam benefícios do consumo moderado de café no dia a dia
Outros estudos já apontam benefícios do consumo moderado de café no dia a dia

O consumo diário de quatro a seis xícaras de café ou chá está associado a uma menor incidência de derrame e demência em indivíduos saudáveis entre 50 e 74 anos, mostra um estudo publicado nesta terça-feira (16) na revista científica PLoS Medicine.

Cientistas da Universidade de Medicina de Tianjin, na China, analisaram informações de 365,6 mil pessoas cadastradas no UK Biobank — um banco de dados britânico com informações de longo prazo de saúde e hábitos de vida de indivíduos.

Durante os mais de dez anos em que foram acompanhados, 5.079 participantes do estudo desenvolveram demência e 10.053 experimentaram pelo menos um derrame.

O artigo conclui que pessoas que beberam de duas a três xícaras de café ou de três a cinco xícaras de chá por dia — ou uma combinação de quatro a seis xícaras de um dos dois — tiveram menor incidência de derrame ou demência.


Entre os que relataram beber entre duas e três xícaras de café ou chá diariamente, foi observado um risco 32% menor de acidente vascular cerebral (derrame) e 28% menor de demência, na comparação com os que não ingeriam nenhuma das duas bebidas.

A ingestão de café sozinho ou em combinação com chá também foi associada a menor risco de demência pós-AVC.


Todavia, os autores do estudo salientam que o UK Biobank "reflete uma amostra relativamente saudável em relação à população em geral, o que poderia restringir a capacidade de generalizar essas associações".

"Embora seja possível que o consumo de café e chá proteja contra derrame, demência e demência pós-derrame, essa causalidade não pode ser inferida a partir das associações", salientam.


Estudos anteriores já demonstravam que o consumo moderado diário de café (de três a cinco xícaras) pode resultar em benefícios cardiovasculares. O mesmo ocorre com o chá.

A ingestão de cafeína, entretanto, deve ser feita com cautela por pessoas hipertensas que têm dificuldade em controlar a pressão arterial, recomenda um artigo da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard. 

Essas bebidas são ricas em antioxidantes, flavonóides e substâncias que ajudam a prevenir doenças.

A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) recomenda a ingestão de no máximo 400 mg de cafeína em um período de 24 horas. Em termos práticos, isso representa cinco xícaras de café coado ou quatro expressos.

O ideal é que haja um intervalo de duas a duas horas e meia entre uma xícara e outra. Este é o tempo que o nosso organismo leva para eliminar a cafeína.

Os acidentes vasculares cerebrais estão entre as principais causas de morte e invalidez no mundo. Anualmente, cerca de 5 milhões de pessoas perdem a vida após um derrame, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Outros 5 milhões ficam incapacitados.

No Brasil, as mortes por AVC somaram 102,8 mil em 2020, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

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