Fiocruz pesquisa casos de dengue, zika e chikungunya no Recife
O objetivo é conhecer a dimensão das epidemias de zika e chikungunya e avaliar a situação atual da dengue na capital pernambucana
Saúde|Da Agência Brasil
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deu início a um levantamento para identificar o número de casos – novos e antigos – de zika, dengue e chikungunya em diferentes níveis socioeconômicos e faixas etárias no Recife. Nas visitas a domicílios escolhidos por sorteio, será aplicado um questionário para reunir dados sociodemográficos e de história anterior de adoecimento por arboviroses. As equipes também vão coletar amostras de sangue para exames sorológicos e moleculares.
No caso de pessoas com sintomas de alguma das doenças na ocasião da visita da equipe ou que apresentaram sintomas nos últimos 30 dias, serão coletadas também amostras de urina, saliva e fio de cabelo para serem submetidas a testes mais específicos. “A finalidade é tentar esclarecer se fatores ambientais podem ter interagido com o vírus Zika e ter aumentado os casos de microcefalia”, informou a Fiocruz. Todo o material coletado será encaminhado ao departamento de Virologia e Terapia Experimental em Pernambuco.
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As visitas aos domicílios, de acordo com a fundação, serão feitas das 17h às 21h, de segunda a quinta-feira, e das 9h às 12h, aos sábados, horários em que a maioria dos membros das famílias está em casa. Todos os participantes vão receber os resultados dos testes e orientações sobre eles. Os pacientes que estiverem sintomáticos serão encaminhados para atendimento na rede de saúde municipal.
Devem ser visitadas, ao todo, 990 casas e coletadas amostras de aproximadamente 3.105 pessoas com idade entre 5 e 65 anos.
“Com esse estudo, será possível conhecer a dimensão das epidemias de zika e chikungunya e avaliar a situação atual da dengue, no Recife. Zika e chikungunya são confundidas com dengue por terem sintomas semelhantes e há muitos casos assintomáticos, o que leva à subnotificação”, explicou a coordenadora do inquérito, a pesquisadora Cynthia Braga.
Uma das propostas da pesquisa, segundo ela, é ajudar a identificar a população mais vulnerável ao Zika e a quantidade de mulheres em idade fértil que ainda não têm imunidade contra o vírus. Serão conhecidos ainda fatores de risco associados às três arboviroses e as áreas mais afetadas.
O estudo será desenvolvido com aporte financeiro do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana de Saúde e do consórcio internacional Zikalliance.
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