Genes dos neandertais deram pele resistente aos humanos modernos
Pesquisa recente concluiu que humanos devem de 2% a 3% de seu genoma aos neandertais
Saúde|Do R7

Os modestos 1% a 3% do genoma dos neandertais sobreviventes nos humanos modernos provavelmente ajudaram os primeiros "Homo sapiens" a se adaptar a uma Europa fria, dando-lhes uma pele mais espessa, anunciaram cientistas em dois estudos publicados na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Eles também transferiram um risco geneticamente mais elevado a desenvolver diabetes e lúpus.
Os cientistas acreditam que os humanos tenham adquirido o DNA dos neandertais através da miscigenação entre 40 mil e 80 mil anos atrás, o que resultou nas populações atuais da Europa e do leste da Ásia.
Nativos africanos têm pouco ou nenhum DNA dos neandertais, pois seus ancestrais não se misturavam com os neandertais, que viviam na Europa e na Ásia.
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A mais recente pesquisa mostrou que a influência do DNA dos neandertais nos humanos não se distribuiu de forma uniforme no genoma humano.
Dois estudos em separado publicados esta quarta-feira (29), um na revista científica britânica Nature e outro, na americana Science, reportaram ter encontrado concentrações de DNA de neandertais nos genes que influenciam a característica de pele e cabelos.
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Segundo os autores do artigo da Nature, entre outras coisas, estes genes influenciam a produção de queratina, proteína fibrosa que dá resistência à pele, aos cabelos e às unhas e pode ter fornecido um isolamento maior em um clima mais frio à medida que o "Homo sapiens" migrou para o norte, após deixar a África.
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Uma pesquisa recente concluiu que os humanos devem de 2% a 3% de seu genoma aos neandertais, mas estes estudos se intitulam os primeiros a demonstrar o efeito biológico que esta transferência genética teve no desenvolvimento humano.
Além da influência na pele e nos cabelos, eles descobriram que os neandertais também conferiram um risco para problemas de saúde como o diabetes tipo 2 e a doença de Crohn.