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O que significa a eficácia de 50,38% da CoronaVac na prática

Principal ponto positivo da vacina é a capacidade de prevenir casos graves que necessitem de internação 

Saúde|Do R7

Dimas Covas, diretor do Butantan, durante apresentação dos dados
Dimas Covas, diretor do Butantan, durante apresentação dos dados Dimas Covas, diretor do Butantan, durante apresentação dos dados

O esperado dado da eficácia geral da CoronaVac foi apresentado nesta terça-feira (12), com uma taxa global de proteção contra a covid-19 de 50,38%. Em outras palavras, o número significa que quase metade da população vacinada, caso venha a desenvolver a doença, ela não passará de sintomas muito leves, que não depende de atendimento médico. 

Os números detalhados hoje pelo Instituto Butantan revelaram que o imunizante, desenvolvido em parceria com a empresa chinesa Sinovac, atende aos critérios mínimos estabelecidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O maior triunfo da CoronaVac, no entanto, está na pressão sobre o sistema de saúde. A vacina se mostrou 100% eficiente ao impedir casos que necessitem de respiradores ou internação hospitalar. A chance de tomar o imunizante e ter a doença de forma leve é de 22%. 

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"Temos uma vacina que é potencialmente capaz de prevenir, doença, doença grave e morte. E afinal das contas era tudo isso que a gente queria desde o começo. Eu tenho uma vacina cujo risco pessoal é quase zero, porque os efeitos adversos são mínimos. Mas eu tenho um benefício que não é só para mim, é coletivo, de reduzir o risco de doença em 50%", avaliou Natalia Pasternak, doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência.

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Números da CoronaVac divulgados pelo Butantan
Números da CoronaVac divulgados pelo Butantan Números da CoronaVac divulgados pelo Butantan

Os resultados

Os resultados foram obtidos a partir da análise de dados de 9.252 voluntários no Brasil. Destes, 4.653 tomaram a vacina e outros 4.599 receberam placebo (substância sem efeitos médicos), sem que soubessem a qual grupo pertenciam.

No grupo da vacina, ocorreram 85 casos de covid-19. O grupo placebo registrou 167 pessoas com covid-19.

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A proteção de 50,38% contra covid-19 em grau considerado muito leve se deu após a análise dos dados de voluntários vacinados que apresentaram pelo menos um sintoma da doença e tiveram diagnóstico confirmado por exame de PCR. Esses são casos, segundo o coordenador da pesquisa, o médico Ricardo Palácios, "que não precisam de nenhum tipo de assistência porque seus sintomas são muito leves".

Palácios ressaltou que a eficácia menor do que outras vacinas se deu, em partes, porque os testes no Brasil foram realizados apenas em profissionais da saúde que lidavam diretamente com casos de covid-19.

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"Isto não é a vida real exatamente, não é o que acontece na comunidade, o que acontece entre nós. É um teste artificial no qual selecionamentos aquela população em que a vacina poderia ser testada com a barra mais alta", disse em apresentação nesta tarde.

Segundo o médico, a expectativa é que a vacina "irá se comportar infinitamente melhor em níveis comunitários, ou seja, em populações em condições normais".

Avaliação

Especialistas entendem que as conclusões do estudo da CoronaVac no Brasil são positivos porque o momento de pandemia exige a diminuição de casos graves da doença.

Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ressaltou o papel que a vacina terá na redução da sobrecarga dos hospitais.

"Em um primeiro momento, a gente não vai ficar livre desse vírus. Qualquer vacina ainda não mostrou impacto na transmissibilidade. Não é momento de a gente relaxar nada, mas com certeza é o momento em que a gente vê de fato uma luz clara no fim do túnel de a gente diminuir esse impacto todo [no sistema de saúde]."

Para o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, reduzir as hospitalizações permitirá que pessoas que não procuraram serviços médicos durante a pandemia voltem a ser assistidas.

"Dados que são extremamente importantes no impacto da nossa saúde pública impedindo que as pessoas adoeçam de forma grave, impedindo que as pessoas internem nas unidades hospitalares e [as] sobrecarreguem — como nós temos visto hoje pessoas desassistidas na maior parte do país por falta de leito. E ao mesmo tempo impedindo que as pessoas deixem de morrer por uma doença como essa."

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