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Pediatras lançam campanha para combater ‘palpites’ sobre saúde  

Entrevistas com pediatras feitas por influenciadores digitais e vídeos curtos integram a campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria contra o ‘fake news’

Saúde|Deborah Giannini, do R7

Influenciadores digitais, como Thais Fersoza, entrevistam pediatras na campanha
Influenciadores digitais, como Thais Fersoza, entrevistam pediatras na campanha Influenciadores digitais, como Thais Fersoza, entrevistam pediatras na campanha

“Cuidado com os palpites”, alerta a campanha lançada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para combater as ‘fake news’ sobre saúde da criança e do adolescente disseminadas pelas redes sociais.

“Representamos 39 mil pediatras em todo o país. Fake News e opiniões sem fundamentos sobre a saúde da criança e do adolescente podem levar a atitudes equivocadas dos pais. Antes de acreditar no que aparece nas mídias sociais, é importante que os pais conversem com o pediatra”, afirma o pediatra Clóvis Constantino, vice-presidente da SBP.

Como exemplo, ele cita o movimento anti-vacina, propagado nas redes sociais, que, ao estimular a não-vacinação, pode expor crianças a doenças já controladas por vacina e ainda desencadear a proliferação de doenças já erradicadas no país. “Esse tipo de notícia leva insegurança às famílias. Na dúvida se uma notícia é falsa ou não, consulte um pediatra”, orienta.

Constantino ressalta que as redes sociais exercem hoje o papel que os vizinhos ocupavam no passado. “Antigamente, eram os vizinhos que davam palpites. Hoje os palpites são disseminados pelas redes sociais. A divulgação de uma notícia falsa se multiplica em uma progressão geométrica brutal”.

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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) utiliza justamente esse mesmo meio de comunicação – as redes sociais – para desmistificar falsas notícias sobre saúde na campanha #MAISQUEUMPALPITE, com apoio da Pfizer.

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Com o objetivo de atingir principalmente os jovens pais, a campanha estará presente no Facebook e Instagram. São posts e vídeos curtos com a participação do boneco Palpitinho, mascote da iniciativa, que representa “todos os palpiteiros que habitam o dia-a-dia dos pais sobre o desenvolvimento infantil”, de acordo com a SBP.

Palpitinho, representa os palpiteiros de plantão
Palpitinho, representa os palpiteiros de plantão Palpitinho, representa os palpiteiros de plantão

A campanha ainda inclui entrevistas com pediatras feitas por influenciadores digitais do segmento materno-infantil.

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A primeira da série será feita pela atriz e apresentadora Thais Fersoza. Ela entrevista o pediatra infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da SBP. A entrevista abordará dúvidas relacionadas à meningite.

Os vídeos com os influenciadores serão veiculados nas redes sociais de cada participante e estarão disponíveis no site da iniciativa.

O site vai disponibilizar ainda informações sobre o desenvolvimento infantil, como vacinas adequadas para cada idade, e outros cuidados com as crianças.

Saúde infantil sofre com desinformação

Uma pesquisa realizada pelo IBOPE Conecta, a pedido da Pfizer, apontou crenças equivocadas em relação à prevenção das doenças infecciosas mais comuns em bebês. O levantamento foi feito com 1.000 pais e mães de todo o país, por meio de entrevistas online.

O estudo ouviu as classes A, B e C, demonstrando que os mitos são comuns a diversos estratos sociais. Chuva, vento e sereno, por exemplo, foram os elementos mais lembrados quando pais e mães foram questionados sobre os fatores que mais expõem crianças pequenas a doenças infectocontagiosas. Essa relação foi apontada, equivocadamente, por 63% dos entrevistados.

A porcentagem sobe para 70% entre os entrevistados da classe A, chegando a 67% na classe C. Já fatores que de fato mais favorecem a transmissão dessas doenças, como permanência em locais fechados e convívio com irmãos infectados, foram menos citados.

Como mostra a pesquisa, as dúvidas aumentam ainda mais quando o assunto são medidas preventivas contra essas doenças. 

Embora 94% dos entrevistados classifiquem a vacinação como forma de proteção muito importante, persistem os mitos sobre as doses de reforço, a segurança das vacinas e a própria necessidade da imunização. Ao menos 30% dos pais estão convencidos, por exemplo, de que higiene e cuidados pessoais seriam o suficiente para prevenir doenças infectocontagiosas, o que não é verdade, de acordo com a SBP.

O mito de que vacinas costumam causar a doença que deveriam prevenir também aparece no levantamento. Pelo menos 1 a cada 5 pais entrevistados acreditam que essa relação é verdadeira. A proporção sobe para mais de 1 a cada três quando se analisa a classe A.

Além disso, 26% do total dos entrevistados dizem não saber se essa relação é verdadeira.

Pais desconfiam das vacinas

O estudo mostra que existe uma insegurança em relação às vacinas. Mais de 20% dos entrevistados afirmaram ter dúvidas sobre o assunto e 10% discordam, totalmente ou parcialmente, da ideia de que vacinas sejam de fato seguras.

Cerca de 11% dizem não conseguir opinar. Apenas na classe A, a maioria acredita que as vacinas são realmente seguras.

“Hoje, com a força das redes sociais, qualquer boato se espalha rapidamente. E, no campo da imunização, esse fenômeno se destaca ainda mais. É uma área que acaba sendo bastante impactada nesses tempos de fake news”, afirma o pediatra infectologista Renato Kfouri.

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Percepções equivocadas também foram observadas em relação às diferenças entre as vacinas oferecidas pelas redes pública e privada.

A maioria dos entrevistados da classe A (75%) e da classe B (73%) acredita que as alternativas oferecidas por postos e clínicas particulares são iguais ou não se sentem confortáveis para opinar sobre o assunto.

“O Programa Nacional de Imunizações, considerado um dos melhores do mundo, oferece gratuitamente as vacinas prioritárias em termos de saúde pública. Elas evitam as doenças que mais acometem a população, nas faixas etárias com maior risco de adoecer e de apresentar complicações”, explica Kfouri.

“Já o foco dos calendários das sociedades médicas, que são seguidos pelos serviços particulares, é a proteção individual, de modo que estão contempladas todas as vacinas que podem beneficiar aquele paciente. Há, portanto, calendários diferentes, mas as duas estratégias são importantes”, completa.

O levantamento também evidencia dúvidas sobre o esquema vacinal das crianças. Por exemplo: 68% dos pais desconhecem que o atraso na aplicação da segunda ou terceira dose pode interferir no resultado da imunização – ou preferem não opinar sobre o assunto.

Meningite é doença mais temida

A pesquisa revelou que a meningite é a doença mais temida por pais e mães – 72%. Em segundo lugar, está a pneumonia, com 52%, seguida da dengue, com 49%.

Questionados sobre as doenças que podem ser prevenidas por meio das vacinas, 33% dos participantes citaram a pneumonia. Hepatite B e tétano foram as enfermidades mais lembradas. A meningite foi mencionada por 80% dos entrevistados.

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A pesquisa ainda mostrou que pais e mães desconhecem sintomas de doenças como a meningite. A rigidez na nuca, por exemplo, foi mencionada por apenas 33% dos entrevistados.

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