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Varíola do macaco pode se parecer com infecções sexualmente transmissíveis

Alerta foi feito pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, que chama atenção para padrão diferente de lesões na pele que aparece na região genital e boca

Saúde|Do R7

Lesões que costumavam ser vistas no corpo todo estão restritas a algumas partes
Lesões que costumavam ser vistas no corpo todo estão restritas a algumas partes Lesões que costumavam ser vistas no corpo todo estão restritas a algumas partes

A medida que mais casos de varíola do macaco surgem ao redor do mundo, cientistas começam a perceber no surto atual algumas mudanças dos sintomas clássicos observados na África até então. Na quarta-feira (15), o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos atualizou as diretrizes para profissionais de saúde e alertou para o fato de que a doença pode ser confundida com algumas ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

Com mais de 70 casos confirmados nos EUA, a agência sanitária afirma que todos os pacientes diagnosticados com varíola do macaco "experimentaram uma erupção cutânea ou enantema [erupção nas mucosas]".

As lesões na pele clássicas são geralmente firmes, profundas, bem circunscritas e às vezes umbilicadas, afirma o CDC.

Nos casos anteriores a este surto, as lesões cutâneas eram mais evidentes no rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Porém, agora, os médicos têm descrito algo um pouco diferente.

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"A erupção cutânea geralmente começou em áreas mucosas (por exemplo, mucosa genital, perianal, oral) e, em alguns pacientes, as lesões foram dispersas ou localizadas para um local específico do corpo em vez de difusa e não envolver a face ou extremidades", diz o comunicado.

O CDC ainda chama atenção para pacientes diagnosticados com varíola do macaco que apresentaram "dor anorretal, tenesmo [vontade intensa de evacuar] e sangramento retal que, ao exame físico, foram associados a lesões cutâneas vesiculares, pustulares ou ulcerativas perianais visíveis e proctite [inflamação na mucosa do reto]".

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Por essa razão, o órgão afirma que "apresentação clínica da varíola pode ser semelhante a algumas ISTs, como sífilis, herpes, linfogranuloma venéreo (LGV) ou outras etiologias de proctite".

Até o momento, a varíola do macaco não é classificada como uma IST, embora haja estudos em andamento. Na Itália, pesquisadores encontraram quantidade de vírus capaz de causar infecção no sémen de um paciente.

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Todavia, sabe-se que a doença é transmitida por contato próximo, seja por secreção, como saliva, ou por meio da pele, o que ocorre em contato sexual.

Recentemente, a secretária de varíola do Programa de Emergências Sanitárias da OMS (Organização Mundial da Saúde), Rosamund Lewis, disse que as lesões no surto atual estavam, muitas vezes, restritas à região genital dos pacientes.

"Temos a imagem do passado, mas temos [agora] uma proporção maior de casos em que as erupções cutâneas podem começar mais localmente e permanecer mais locais, possivelmente por causa da natureza do contato [sexual]. Estamos vendo mais casos em que as erupções cutâneas começam na região genital – o que não é novo, sempre houve – e com mais frequência tendem a permanecer nela", afirmou em uma transmissão ao vivo.

O conselheiro do Programa de HIV, Hepatite e ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) da OMS, Andy Seale, ressaltou na mesma ocasião que a varíola do macaco "pode ser transmitida por contato sexual, mas não é uma doença sexualmente transmissível".

"Muitas doenças podem se espalhar por contato sexual. Você pode ter uma tosse ou um resfriado por meio de contato sexual, mas isso não significa que sejam doenças sexualmente transmissíveis. Tipicamente, você precisa de uma troca de fluidos vaginais ou sêmen, que têm um elemento de contágio para transmitir a doença [quando é sexualmente transmissível]."

Alguns dias antes de surgirem as lesões na pele, pessoas infectadas pelo vírus da varíola do macaco apresentam febre alta de início súbito (acima de 38,5°C), inchaço dos gânglios linfáticos (linfadenopatia), dor de cabeça e musculares e cansaço.

O que ainda intriga a ciência sobre a varíola do macaco

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