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Vera Viel diz fazer Botox a cada 6 meses. Saiba os riscos e benefícios

Aplicação de toxina botulínica é o procedimento estético não cirúrgico mais realizado nos consultórios, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Apresentadora e influenciadora Vera Viel tem 44 anos
Apresentadora e influenciadora Vera Viel tem 44 anos

Os tratamentos estéticos não cirúrgicos são uma alternativa rápida e mais segura para aqueles que buscam corrigir pequenas imperfeições na pele. No Brasil, cada vez mais pessoas recorrem às aplicações de toxina botulínica — cuja marca comercial mais conhecida é o Botox.

O Censo 2018 da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) mostrou que a toxina botulínica é o principal procedimento estético não cirúrgico no país. Nos últimos anos, esses 'pequenos reparos' em consultório cresceram 360%. 

É nesse grupo que entra Vera Viel. Na semana passada, a apresentadora e influenciadora digital, de 44 anos, revelou não ter medo de envelhecer, mas admitiu que faz Botox a cada seis meses

Mas antes de gastar cerca de R$ 1.000 por aplicação, surgem dúvidas entre aqueles que nunca fizem o procedimento. Para responder a algumas delas, o R7 procurou o dermatologista Celso Monteiro, especializado em medicina estética.


Segundo o médico, qualquer pessoa que tenha uma marca de expressão que incomode pode fazer uma aplicação da toxina. No entanto, é preciso estar atento porque o efeito de alguns desses produtos vai diminuindo com o passar do tempo. Além disso, o procedimento não é indicado para todos os tipos de rugas.

Por ser uma substância ‘estranha’ injetada no organismo, a toxina botulínica oferece algum tipo de risco, mesmo que baixo? 


A toxina botulínica é muito segura, ela começou a ser usada em outra especialidade médica e só depois foi percebido seu efeito estético. Nas doenças neurológicas espasmódicas, a dose é muito maior e mesmo assim mantém um perfil de segurança excelente.

Quais seriam as complicações mais frequentes no uso estético?


A complicação mais comum é a assimetria de sobrancelha, que na maioria dos casos é bem simples de resolver, com complemento da dose naquela que ficou mais elevada. E a mais temida é ptose [queda] da pálpebra que pode demorar uns dois meses pra se revolver dependendo do grau.

Quais os perigos de fazer esse tipo de procedimento com um profissional que não seja capacitado?

A falta de profundo conhecimento de anatomia pode levar a outros erros como queda do lábio inferior ou sensação de sorriso travado. Os músculos da face estão muito próximos uns dos outros e muitas vezes um sobre o outro. O que vai determinar o local de ação é a profundidade da agulha e a dose da toxina. Além disso é preciso todo o cuidado de técnica de assepsia.

Qualquer tipo de linha de expressão pode ser corrigida ou atenuada com a toxina botulínica ou há casos que requerem outros tipos de procedimento?

As rugas dinâmicas, aquelas que aparecem durante o movimento são o foco de ação da toxina. As rugas que aparecem mesmo com o paciente em repouso não conseguem ser tratadas, por isso a prevenção é a melhor opção. Quando o 'estrago' já está feito, aí precisamos associar tratamentos, como o laser érbio.

A partir de qual idade é recomendada a aplicação de toxina botulínica?

Não existe uma idade ideal. Eu trato o que incomoda meu paciente. Se ele tem 25 anos e aquela ruga na testa lhe incomoda pra fazer uma selfie, eu trato. Os pacientes com força muscular exagerada, que mesmo ele sendo jovens começam a vincar a testa, têm indicação de inciar o tratamento. Outro público que me procura muito são os atletas, pois eles fazem muita mímica facial.

A toxina botulínica vai deixar o rosto 'inchado' ou 'repuxado'?

Hoje os pacientes desejam naturalidade, não querem e não precisam ficar com aquele aspecto congelado. O conhecimento sofisticado da anatomia proporciona um resultado harmônico e descansado, deixando alguns músculos agindo pra fazer a função de lifting [levantamento] da face. Com uma boa técnica e bom senso estético as chances de insatisfação diminuem.

Em algum momento essas aplicações não vão mais surtir efeito?

Os fatores que mais influenciam na durabilidade da toxina são a dose e exatidão na hora de aplicação do músculo alvo. Entretanto, com o uso ao longo dos anos alguns pacientes começam a produzir anticorpos contra a toxina. Isso ocorre porque quando é produzida, ela precisa de uma capa de proteína para estabilizá-la, que funciona com um sinalizador para nosso sistema imune. Existe no mercado brasileiro uma toxina que é isenta dessa proteína, não levando a esse efeito.

Qual é o intervalo de tempo recomendado para refazer?

A duração média é de três e seis meses, e temos que esperar esse intervalo para uma nova aplicação. Com essa toxina [isenta da capa de proteína], posso aplicar em face hoje e daqui seis semanas em axila sem problema algum. Com as outras toxinas, teria que esperar sair a da face primeiro para aplicar em outro local.

Tem tipos de pele em que as aplicações que duram mais do que outra?

Todas tipos de pele podem receber o tratamento, com algumas ressalvas, como esperar 15 dias apos ser vacinado e não ter doença de pele ativa no momento.

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