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Polícia apura se dinheiro do tráfico bancou campanha de conselheira tutelar no DF

Ação cumpriu 16 mandados de prisão e 60 de busca e apreensão, que incluíram recolhimento de imóveis e bloqueios de contas

Brasília|Do R7, em Brasília

Departamento de Polícia Especializada do DF
Departamento de Polícia Especializada do DF

A Polícia Civil do Distrito Federal realiza nesta quarta-feira (4) uma operação contra uma quadrilha especializada em tráfico de drogas. São cumpridos 16 mandados de prisão temporária contra líderes e integrantes do grupo, incluindo uma conselheira tutelar do DF – segundo a polícia, há fortes evidências de que o dinheiro da organização potencializou a eleição dela.

Também são cumpridos 60 mandados de busca e apreensão, sendo 47 no DF, nove no Mato Grosso do Sul, três em Goiás e um em São Paulo. Há ainda 56 mandados de sequestro judiciais de bens, que incluem carros, motos náuticas e cinco casas, e o bloqueio de 21 contas bancárias dos envolvidos.

As investigações tiveram início há três anos. De acordo com a Cord (Coordenação de Repressão às Drogas), a organização era dividida em dois núcleos, na Vila Telebrasília e em Samambaia. Eram três os líderes do grupo, responsáveis pelas ações para o transporte de cocaína. Ao longo da apuração, os suspeitos movimentaram cerca de R$ 10 milhões.

A maior parte do lucro pela venda do entorpecente ficava com os cabeças do grupo, que usavam os recursos para a compra de imóveis ou em comércios que estavam nos nomes dos envolvidos para lavar dinheiro e dificultar o monitoramento da polícia.


O líder do núcleo da Vila Telebrasília atuou como “provedor” do bairro, realizando ações sociais para conseguir a simpatia da comunidade. Também há registros de que ele tenha patrocinado uma festa pelo Dia das Crianças e que distribuiu chocolates durante a Páscoa. Ele é marido da conselheira tutelar envolvida e é apontado como responsável por transportar moradores até os locais de votação para garantir que ela fosse eleita no conselho.

Apreensão de drogas

A Cord informou que a organização adquiriu e transportou dois grandes carregamentos de cocaína desde o ano passado. Em novembro, a polícia apreendeu 300 kg da droga em Uruaçu, em Goiás. O entorpecente era transportado em um compartimento falso de um caminhão.


Em fevereiro deste ano, 250 kg de cocaína foram recolhidos também na região. As investigações apontam que as mesmas pessoas eram empregadas para executar os crimes, incluindo os responsáveis pela logística do transporte da droga. Com base nessa informação, a Polícia Civil identificou outro núcleo criminoso, em Mirassol d’Oeste, no Mato Grosso – de onde saíram os dois carregamentos.

Segundo a Cord, o esquema contava com apoio de uma organização criminosa que atuava em Minas Gerais e que foi desmantelada em 2021. O grupo utilizava empresas fictícias para lavar o dinheiro obtido com o tráfico. Do total movimentado pela organização do DF, R$ 2 milhões foram usados nas empresas e em contas de laranjas e traficantes na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia.

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