A USP (Universidade de São Paulo) divulgou, na noite da última quarta-feira (20), uma nota sobre o confronto entre policiais militares e manifestantes grevistas na manhã de ontem, quando as três entradas da Cidade Universitária, localizada na região oeste da capital paulista, foram bloqueadas por estudantes e funcionários técnico-administrativos.
De acordo com a PM, por volta das 5h40, a Força Tática chegou ao local e conseguiu liberar os portões 2 e 3 do campus Butantã.
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Os grevistas afirmam que a Tropa de Choque já havia sido previamente acionada pela reitoria e pelo governo do Estado de São Paulo. Além disso, dizem que a ação da polícia para desbloquear os portões foi violenta e deixou entre seis e oito manifestantes feridos.
Segundo a USP, o trancamento de todos os portões do campus da Universidade “afeta o direito de todos os servidores técnico-administrativos, estudantes e professores que não aderiram à greve, assim como a circulação de veículos e pedestres de toda a região da Cidade Universitária, impedindo, ainda, o acesso dos cidadãos que usam os serviços oferecidos pela USP à sociedade”.
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“Por isso, a Polícia Militar foi chamada para executar as ações necessárias para desobstruir os portões”, diz trecho da nota.
Para a polícia, "a ação de foco limitada atingiu o objetivo, não havendo a necessidade de prisões e, principalmente, a ocorrência de vítimas", diz a corporação em um texto também divulgado ontem.
Leia a íntegra da nota da USP:
"Nota da USP sobre a liberação dos portões de acesso à Cidade Universitária
A Reitoria respeita o direito de greve de seus funcionários, que não inclui afronta aos direitos de outros, entre os quais o direito de ir e vir e o de optar livremente pela participação no movimento paredista.
O trancamento de todos os portões do campus da Universidade, em São Paulo, executado na manhã de hoje (20), repetindo ato praticado há duas semanas, afeta o direito de todos os servidores técnico-administrativos, estudantes e professores que não aderiram à greve, assim como a circulação de veículos e pedestres de toda a região da Cidade Universitária, impedindo, ainda, o acesso dos cidadãos que usam os serviços oferecidos pela USP à sociedade. Por isso, a Polícia Militar foi chamada para executar as ações necessárias para desobstruir os portões.
A Direção da USP reitera seu empenho em resolver o pleito de reajuste salarial dos seus servidores, não atendido até o momento em virtude de impossibilidade orçamentária. Infelizmente, a resposta intransigente do sindicato dos funcionários tem sido a promoção de atos violentos, como o bloqueio de hoje e a obstrução de prédios, em reiterada desobediência às decisões judiciais".