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Conheça Nicolás Maduro, o motorista que é favorito à Presidência da Venezuela

Maduro trabalha para realizar o sonho de Hugo Chávez, que era levar a Venezuela a um socialismo sem retorno

Internacional|Do R7

Recentemente Maduro deixou o luto para trás e festejou com os simpatizantes do chavismo em comícios que reuniram centenas de venezuelanos
Recentemente Maduro deixou o luto para trás e festejou com os simpatizantes do chavismo em comícios que reuniram centenas de venezuelanos Recentemente Maduro deixou o luto para trás e festejou com os simpatizantes do chavismo em comícios que reuniram centenas de venezuelanos

O corpulento e bigodudo Maduro, um ex-sindicalista e ex-motorista de ônibus de 50 anos, vem cruzando o país na rápida campanha para as eleições presidenciais de domingo (14), repetindo que não é Chávez, mas apresentando-se como um filho do popular presidente, que morreu de câncer em 5 de março após governar durante 14 anos.

O agora presidente interino tem uma pesada carga sobre os ombros: completar duas décadas de chavismo no poder, apesar das investidas da oposição, que busca alterar os rumos políticos e econômicos da potência petrolífera sul-americana.

Maduro aproveita todas as ocasiões possíveis para lembrar que foi ungido pelo próprio Chávez como seu herdeiro político, e se apoia na lembrança do falecido líder, a quem cita centenas de vezes por dia, misturando política e religião no seu discurso.

— Não estou aqui por ambições pessoais, estou aqui porque o comandante Chávez me disse: ‘Cabe a você, deixo para você, pegue a minha bandeira, seja leal com o povo'. Peço ao nosso comandante que me abençoe.

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Nos comícios, Maduro denuncia complôs homicidas, faz agressivos ataques verbais à oposição e propostas programáticas se misturam a referências místicas, algumas tão estranhas que se tornaram alvo de comentários sarcásticos.

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O seguidor de Hugo Chávez chegou a declarar que o presidente morto lhe apareceu na forma de um pássaro e que influiu do céu para a eleição de um latino-americano como papa. Segundo ele, uma maldição ancestral recairá sobre quem votar no seu adversário, Henrique Capriles.

Começo da campanha teve tropeços

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Em público, Maduro ficava com a voz embargada e derramava lágrimas frequentemente ao falar de Chávez. Mas, nos últimos dias, foi contagiado pelo frenesi eleitoral e pulou, dançou e gritou diante dos seus simpatizantes, deixando o luto para trás.

No entanto, não conseguiu se esquivar das inevitáveis comparações com o carisma e a língua ferina do seu mentor, que nos últimos anos era a principal voz antiamericana na América Latina.

As pesquisas mostram que Maduro conseguiu pegar carona na comoção causada pela morte de Chávez e por isso é o favorito.

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O candidato, que foi guitarrista de uma banda de rock na adolescência, reverteu o seu habitual zelo pela intimidade familiar e expôs ao público seus filhos e netos. Também tem aproveitado politicamente a visibilidade de sua mulher, a influente advogada Cilia Flores.

Seu principal objetivo é manter unidas as heterogêneas correntes que Chávez conseguiu reunir — de militares linha-dura a radicais de esquerda.

De chofer a chanceler

Sua história pessoal resume o sonho de um trabalhador que chega ao mais alto cargo do país. Com o diploma do ensino médio embaixo do braço, começou a dirigir ônibus do sistema de metrô de Caracas. A partir daí, se tornou sindicalista, militante, dirigente político e chanceler do país.

Nos primeiros anos da década de 1990, saiu com Flores às ruas para pedir a liberdade do então tenente-coronel Chávez, preso após um frustrado golpe de Estado.

Identificado com a esquerda, desembarcou na política anos depois, quando Chávez foi eleito presidente. Participou da Assembleia Constituinte de 1999, e foi presidente do Parlamento.

Em outubro de 2012, após ser reeleito pela última vez, Chávez trouxe Maduro para a cúpula, ao nomeá-lo vice-presidente. 

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Longe de maquiar seu passado, Maduro costuma chegar aos seus comícios dirigindo um ônibus, em resposta àqueles que criticam sua formação educacional e sua carreira política que, dizem a oposição, se acelerou mais pela fidelidade a Chávez do que por sua capacidade.

Sua passagem pela chancelaria demonstrou seu apego à orientação do mentor, com uma gestão repleta de críticas aos Estados Unidos. Horas antes da morte de Chávez, Maduro deixou claro que manterá também o estilo do chavismo, ao denunciar que o câncer do líder havia sido "inoculado" por inimigos.

Mas ele sabe que não poderá fazer o trabalho sozinho, como fazia Chávez, e que precisará ter novas alianças dentro do movimento "vermelho, vermelhinho" — a cor do chavismo — para evitar que as ambições de poder lhe puxem o tapete.

Consciente da importância de manter unido o coletivo chavista, Maduro resumiu sua visão do futuro durante um ato do Partido Comunista:

— Todos juntos somos Chávez. Separados não somos nada, podemos perder tudo.

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