Eleição de brasileiro na OMC é sinal de confiança internacional, diz especialista
Ex-coordenadora-geral do Departamento de Defesa Comercial do MDIC diz que maior desafio de Azevêdo será destravar as negociações que estão paralisadas
Internacional|Agência Brasil
A eleição do embaixador brasileiro Roberto de Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, para diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), representa a confiança da comunidade internacional no Brasil, diz a especialista em comércio exterior Marília Castañon Pena Valle, ex-coordenadora-geral do Departamento de Defesa Comercial do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Para Marília Valle, a vitória de Azevêdo, anunciada nesta terça-feira (7), deve ser observada como resultado de uma atuação “séria e correta”.
— É muito importante o significado para o Brasil do embaixador Azevêdo. É o primeiro latino-americano, brasileiro, e que tem uma longa trajetória nas negociações comerciais internacionais. Ele terá pela frente um grande desafio: destravar as negociações que estão paralisadas, principalmente devido às crises econômicas.
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Para a especialista, o desafio maior é dar continuidade à Rodada Doha – cujas negociações, iniciadas no início dos anos 2000 com o objetivo de construir um amplo acordo de liberalização do comércio, não apresentam resultados há cerca de dez anos. “Certamente o largo conhecimento do embaixador Azevêdo vai contribuir muito nesse processo”, disse ela.
Segundo Marília Valle, o perfil do Brasil também deve ser considerado como positivo. “O Brasil tem um perfil exportador, mas também tem um viés importador. A posição brasileira, nas negociações, sempre foi de equilíbrio, o que garantiu ao País a credibilidade que tem hoje”, ressaltou.
A especialista foi negociadora do governo brasileiro na OMC — nas ações referentes aos códigos de dumping, subsídios e medidas compensatória e de salvaguardas.
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