Terceiro dia de julgamento de Gil Rugai começa com depoimento de contador de empresa
Edson Tadeu de Moura trabalhava na produtora da vítima, morta em março de 2004
São Paulo|Vanessa Sulina, do R7
O terceiro dia de julgamento do caso Gil Rugai começou por volta das 10h45 desta quarta-feira (20) com o depoimento de Edson Tadeu de Moura, contador da empresa do pai do réu, Luiz Carlos Rugai. Além dele, mais nove testemunhas ainda devem ser ouvidas, entre elas, duas arroladas pelo juiz que preside o júri, Adilson Paukoski Simoni.
Rugai é acusado de matar o pai e a madrasta na casa onde moravam, em Perdizes, em março de 2004. Ele responde por duplo homicídio qualificado por motivo torpe.
Considerada pela acusação uma testemunha-chave, o ex-sócio de Gil Rugai, Rudi Otto, foi arrolado como testemunha do juiz e também deve ser ouvido ainda hoje, no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. De acordo com o assistente da promotoria, Ubirajara Mangini K. Pereira, ele vai falar sobre o comportamento “esquisito” do réu.
Entre as testemunhas da defesa que serão ouvidas nesta quarta-feira está também o irmão do réu, Léo Rugai, e outro vigia que estava na rua na noite do crime, Francisco Luiz Valério Alves.
Veja fotos do segundo dia do júri
Defesa tenta tirar Gil Rugai do foco em julgamento
A expectativa do Tribunal de Justiça de São Paulo é de que todas as testemunhas sejam ouvidas ainda hoje. Caso isso aconteça, amanhã, será a vez de Gil Rugai ser interrogado. Esse será o último ato processual antes dos debates, que duram uma hora e meia. Se o promotor decidir pela réplica, a defesa tem direito à tréplica. Nesta etapa, cada lado dispõe de uma hora.
Ao final, os jurados se reúnem em uma sala secreta para decidir se Gil Rugai é inocente ou não. Depois da votação, o juiz estipula a pena do réu, se condenado, e dá sua sentença final.
Relembre o caso
O publicitário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, foram assassinados a tiros dentro da casa onde moravam em Perdizes, zona oeste de São Paulo no dia 28 de março de 2004.
Alessandra foi baleada cinco vezes na porta da cozinha, segundo laudo da perícia. Luiz Carlos teria tentado se proteger na sala de TV. A pessoa que entrou no imóvel naquela noite arrombou a porta do cômodo com os pés e disparou quatro vezes contra o publicitário.
O comportamento aparentemente frio de Gil Rugai, na época com 20 anos, ao ver o pai e a madrasta mortos chamou a atenção da polícia, que passou a suspeitar dele.
Os peritos concluíram que a marca encontrada na porta arrombada era compatível com o sapato de Rugai, que, ao ser submetido pela Justiça a radiografias e ressonância magnética, teria apresentado lesão no pé direito.
Na mesma semana do duplo homicídio, os policiais encontraram no quarto do rapaz um certificado de curso de tiro e um cartucho 380 deflagrado, o mesmo calibre da arma usada no assassinato do casal.
As investigações apontaram ainda que ele teria dado um desfalque de R$ 228 mil na empresa do pai, a Referência Filmes, falsificando a assinatura do publicitário em cheques da firma. Poucos dias antes do assassinato, ele foi expulso de casa.
Um ano e três meses após o duplo homicídio, uma pistola foi encontrada no poço de armazenamento de água de chuva do prédio onde o rapaz tinha escritório, na zona sul. Segundo a perícia, seria a mesma arma de onde partiram os tiros que atingiram as vítimas.
Rugai responde pelo crime em liberdade e é julgado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe.