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Santa Casa agora atrasa pagamento de pessoal

Com dívidas de mais de R$ 400 milhões, hospital chegou a fechar as portas em julho deste ano

Saúde|

Auditoria apontou falhas na gestão da Santa Casa de Misericórdia
Auditoria apontou falhas na gestão da Santa Casa de Misericórdia Auditoria apontou falhas na gestão da Santa Casa de Misericórdia

Parte dos funcionários da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo voltou a ficar sem pagamento nesta sexta-feira (5). Após deixar de pagar a primeira parcela do 13.º salário na semana passada, a instituição não fez o depósito dos valores do mês de dezembro para os trabalhadores com remuneração acima de R$ 6.500, o que inclui grande parte dos médicos. Os vencimentos são sempre pagos no quinto dia útil do mês.

Entre segunda e terça-feira, várias categorias de trabalhadores da Santa Casa se reuniram para definir se entrarão em greve. O atraso no pagamento foi revelado em e-mail entre diretores obtido pelo Estado. E confirmado pela assessoria de imprensa da Santa Casa na tarde de ontem.

Em nota, a entidade afirmou que, diante da crise financeira, quis "dar prioridade à continuidade da assistência hospitalar e aos funcionários com salários mais baixos". De acordo com a Santa Casa, apenas 8% dos funcionários ficaram sem salário ontem, o que representa cerca de 560 trabalhadores.

Os demais, segundo a Santa Casa, tiveram o pagamento depositado. Até as 19h, porém, os trabalhadores não haviam recebido o dinheiro em suas contas bancárias. Eles foram informados de que o valor cairia até meia-noite. Os 8% de trabalhadores atingidos pelo atraso no pagamento deverão receber o salário na próxima semana, segundo a entidade.

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Ainda não há previsão de quando a primeira parcela do 13.º salário será paga. Ela deveria ter sido depositada no dia 28 de novembro, mas apenas funcionários com salários de até R$ 3.000 receberam parte da primeira parcela.

Presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), Eder Gatti criticou o fato de a Santa Casa não ter feito o pagamento do salário de todos os funcionários.

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— A Santa Casa está criando um problema trabalhista em virtude de sua dificuldade financeira e colocando o peso desse problema no trabalhador. Há um rompimento dos direitos trabalhistas.

Até as 16h de ontem, segundo Gatti, havia médicos que não tinham recebido o pagamento.

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— Pagando ou não (o 13.º salário), já tem uma pendência.

Um enfermeiro da unidade, que preferiu não ser identificado, verificou seu saldo bancário ao longo da tarde de ontem e ficou frustrado ao constatar que não havia recebido o salário.

— Não recebi o 13.º nem o pagamento. A coisa está feia. Sempre sai entre a meia-noite do dia 4 e o quinto dia útil, mas ligamos para o RH e não deram previsão.

Crise

Com dívidas de mais de R$ 400 milhões, a Santa Casa enfrenta crise financeira que se agravou a partir de julho, quando a instituição fechou por 30 horas o Pronto-Socorro do Hospital Central, no centro de São Paulo.

O serviço só foi reaberto após a Secretaria Estadual da Saúde repassar de forma emergencial R$ 3 milhões à entidade. A pasta realizou auditoria nas contas da Santa Casa. A análise apontou falhas na gestão. Agora, o governo do Estado aguarda resultado de uma auditoria realizada por uma empresa independente nas contas da instituição.

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