Após maior PIB em três anos, Haddad diz que crescimento será ‘moderado’ devido à inflação
Economia do país aumentou 3,4% no ano passado; em valores finais, a soma de todos os bens e produtos do país ficou em R$ 11,7 trilhões
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta sexta-feira (7) que o crescimento da economia brasileira daqui para a frente deve ser “mais moderado” devido à inflação. A fala de Haddad fez referência ao crescimento de 3,4% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024, divulgado nesta sexta — o melhor resultado em três anos. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Acredito que vamos continuar crescendo, com um pouquinho mais de moderação, por causa da inflação. Temos de dar uma moderada para a oferta de produtos acompanhar a demanda, que cresceu muito. A renda das famílias cresceu, elas estão comprando mais. E, se a oferta não acompanha o crescimento da demanda, você tem um ajuste no preço, que é o que está acontecendo com alguns produtos agora. Então, essa calibragem é fundamental, para continuar crescendo, mas mantendo a inflação minimamente controlada”, afirmou Haddad em entrevista ao Flow Podcast.
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Em valores finais, a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país ficou em R$ 11,7 trilhões no ano passado, acima dos R$ 10,9 trilhões de 2023. Em 2021, registrou alta de 4,8%, após a contração de 3,3% em 2020, causada pela pandemia de Covid.
Os setores da Indústria e de Serviços puxaram o resultado positivo, com aumento de 3,3% e 3,7%, respectivamente. Já a Agropecuária, no sentido contrário, encolheu 3,2% no ano passado.
Na Indústria, o destaque positivo foi a construção, com alta de 4,3%, graças ao crescimento da ocupação na atividade, da produção de insumos típicos e da expansão do crédito. Houve elevação das indústrias de transformação em 3,8%, que foram puxadas, principalmente, pela alta na fabricação:
- da indústria automotiva e de equipamentos de transporte;
- máquinas e equipamentos elétricos;
- produtos alimentícios e móveis.
O setor de Serviços, que representa quase 70% da economia brasileira, teve crescimento em todas as atividades, com destaque para informação e comunicação (de 6,2%), outras atividades de serviços (de 5,3%), comércio (de 3,8%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (de 3,7%), atividades imobiliárias (de 3,3%), transporte, armazenagem e correio (de 1,9%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (de 1,8%).

Já o PIB per capita alcançou R$ 55.247,45, um avanço, em termos reais, de 3% em relação a 2023. Trata-se de uma média de geração de riquezas por pessoas no Brasil, a partir de tudo o que é produzido no país em todos os setores da economia.
Pelo lado da demanda, a despesa de consumo das famílias cresceu 4,8% em relação ao ano anterior, puxada pela melhora no mercado de trabalho, pelo aumento do crédito e pelos programas governamentais de transferência de renda. A despesa do consumo do governo, por sua vez, cresceu 1,9%.
No mês passado, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) do Banco Central, considerado a “prévia do PIB”, mostrou que, no acumulado do ano, o índice teve alta de 3,8%.
PIB no 4º trimestre
Embora o PIB tenha fechado o ano em alta, os números do quarto trimestre indicam desaceleração no ritmo da atividade econômica. Nos últimos três meses de 2024, o avanço foi de 0,2%.
A indústria e os serviços tiveram alta de 0,3% e 0,1%, respectivamente, enquanto a agropecuária recuou 2,3%.
Entre as atividades industriais, houve crescimento na construção (de 2,5%), nas indústrias de transformação (de 0,8%) e nas indústrias extrativas (de 0,7%). Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (de -1,2%) registrou queda.
Nos serviços, as atividades de transporte, armazenagem e correio (de 0,4%) e comércio (de 0,3%) registraram variação positiva. Houve estabilidade para atividades imobiliárias (de 0,1%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (de 0%) e outras atividades de serviços (de -0,1%).
Já as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (de -0,3%) e informação e comunicação (de -0,4%) apresentaram resultados negativos.