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‘Com todo respeito’, ministro da Agricultura critica Selic alta: ‘Desafio para o Plano Safra’

Lula defendeu presidente do BC, indicado por ele, e afirmou que índice vai recuar; Plano Safra 2025, de R$ 516,2 bi, é recorde

Brasília|Ana Isabel Mansur e Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

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Fávaro confessou achar não ser possível entregar valor recorde do Plano Safra em 2025 Marcelo Camargo/Agência Brasil - 1.7.2025

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, criticou nesta terça-feira (1º) o atual patamar da Selic, a taxa básica de juros do país. No mês passado, o Banco Central, responsável por determinar o índice, elevou a taxa para 15% ao ano — o maior valor em quase 20 anos.

“Uma Selic de 15% ao ano. Com todo o respeito ao [Gabriel] Galípolo e à equipe do Banco Central, mas não consigo compreender, eu que não sou economista. Temos inflação controlada, gastos públicos controlados, crescimento da economia, renda da população crescendo, desemprego caindo, e uma Selic de 15%”, declarou Fávaro, durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026.


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Desde janeiro, a autoridade monetária é chefiada por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A última decisão de elevar a Selic teve o voto de Galípolo.

Fávaro afirmou que o governo “venceu dificuldades” para concluir o Plano Safra deste ano. Nesta edição, o programa — que vale até o fim de junho de 2026 — tem valor recorde para os grandes empresários do setor agropecuário, R$ 516,2 bilhões, como adiantou a RECORD.


“Foi um desafio gigante fazer esse plano safra recorde. Confesso a vocês que eu achava muito difícil a gente conseguir”, admitiu.

Segundo o ministro, o governo federal “absorveu” a alta da Selic.


“No ano passado, tínhamos uma Selic de 10,5% ao ano e hoje está em 15%. São 4,5 pontos percentuais a mais que no Plano Safra passado. E ainda assim, com todas essas dificuldades, o aumento da taxa de juros foi de 1,5 ponto percentual a, no máximo, 2 pontos percentuais [abaixo da Selic]. O governo absorveu o aumento da Selic com a equalização, ninguém gosta de pagar juro alto”, acrescentou.

Fávaro declarou, ainda, que o patamar elevado da taxa dificulta o funding (captação de recursos) para o agro.


“A poupança rural não é mais atrativa. O Brasil virou um país de rentistas, ninguém deixa o dinheiro na poupança. Há dificuldades em captar recursos para fazer o Plano Safra”, completou.

Lula defende Galípolo

Após a fala de Fávaro, Lula defendeu a “seriedade” de Gabriel Galípolo e afirmou que a alta da Selic é consequência da gestão anterior do Banco Central.

“Não pensem que me conformo com a taxa de juros a 15%. Mas esse aumento já estava dado. Na verdade, Galípolo está comendo o prato que ele recebeu, não teve nem tempo de trocar de comida”, comparou.

O presidente garantiu, no entanto, que “certamente” a taxa vai cair nos próximos meses.

“O dólar começou a baixar, a inflação está controlada. Ainda falta uma contribuição para baixar o preço da carne. Não posso sair vendendo carne no mundo inteiro e o povo aqui no Brasil não poder comprar carne porque está muito caro”, declarou.

Plano Safra 2025

O programa voltado aos grandes empresários do agro foi lançado nesta terça, com R$ 8 bilhões a mais do que a edição do ano passado.

Dos R$ 516,2 bilhões, R$ 415 bilhões serão para operações de custeio e comercialização. Os cerca de R$ 102 bilhões restantes serão direcionados para investimentos em infraestrutura produtiva.

O Plano Safra da agricultura empresarial é coordenado pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) e contempla operações de custeio, comercialização e investimento.

As taxas de juros, prazos e limites de créditos ainda serão divulgados pelo ministério, mas devem variar de acordo com o perfil do beneficiário.

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