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Assembleia do Espírito Santo contraria STF e decide soltar deputado Capitão Assumção 

Político está preso há uma semana por descumprir medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes

Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Assembleia informou que vai encaminhar resolução ainda hoje
Assembleia informou que vai encaminhar resolução ainda hoje Reprodução/Twitter Carlos Assumção

O Plenário da Assembleia Legislativa do Espírito Santo decidiu nesta quarta-feira (6) revogar a prisão do deputado estadual Capitão Assumção (PL), preso há uma semana por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) ao descumprir medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, como o uso das redes sociais. O parlamentar, eleito pela segunda vez em 2022, recebeu 98.669 votos nas últimas eleições. 

Assumção é investigado por participação no processo dos atos antidemocráticos, além de ser alvo do inquérito das fakes news. O presidente da Assembleia, Marcelo Santos, afirmou que encaminhará ao STF a resolução ainda nesta quarta-feira com o resultado da votação.

De acordo com o artigo 53 da Constituição Federal, a Casa dos respectivos deputados e senadores pode decidir sobre o resultado da prisão. "Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão". O artigo também é replicado na Constituição Estadual do Espírito Santo. 

Em sessão ordinária, 24 deputados votaram contra a prisão e 4 pela manutenção. A defesa do deputado, o advogado Fernando Dilen, afirmou que “não existem novas postagens ou vídeos do deputado criticando o STF, o sistema eleitoral ou nenhum dos fatos objetos do inquérito, mas atos típicos de fiscalização de seu mandato materializados nas postagens e vídeos nas suas redes”.


Segundo os deputados, o parecer foi baseado principalmente na defesa das prerrogativas constitucionais que “impedem a prisão de parlamentar sem que haja flagrante inafiançável e a falta de contemporaneidade da ordem de detenção, decretada há mais de um ano”.

O R7 entrou em contato com o STF, Assembleia e com o deputado, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. 


Histórico

Em 2022, o deputado foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investigava suspeitos de financiar protestos antidemocráticos no país após o resultado das eleições. Na época, dois mandados de busca e apreensão expedidos por Moraes foram cumpridos em residências de parlamentares integrantes da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

A ação foi realizada contra pessoas e empresas identificadas pelas forças federais e locais de segurança como financiadores dos atos e bloqueios nas rodovias brasileiras.

Já em 2019, Assumção foi condenado pela Justiça a cinco anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, pelo envolvimento dele na greve da Polícia Militar no Espírito Santo, em 2017. O deputado foi acusado de idealizar e articular o movimento, que gerou uma crise na segurança na época.

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