A última foto publicada no Instagram de Lucas Valença, conhecido como hipster da Federal, mostrava o agente da Polícia Federal ao lado de Jair Bolsonaro (PL). O registro, porém, foi apagado após a divulgação da morte de Lucas. Ele levou um tiro de espingarda dentro de uma fazenda em Buritinópolis (GO), nesta quarta-feira (2), por volta das 23h30.
Lucas Valença postou a foto em dezembro de 2021, durante evento na Academia Nacional de Polícia, em Brasília. "Uma honra participar da formação dos novos policiais federais. E ainda rola foto com o presidente da República. Pensa bem! Obrigado por nos honrar com a sua presença", dizia a legenda.
A morte do servidor chocou os investigadores pelas circunstâncias. De acordo com o boletim de ocorrência ao qual o R7 teve acesso, o agente teria invadido a Fazenda Santa Rita aos gritos de que havia um demônio na propriedade, desligado a energia do local e arrombado a porta.
Familiares e amigos de Lucas blindam possíveis críticas ao policial, que enfrentava um momento de vida delicado, segundo pessoas próximas. A advogada da família, Sindd Lópes, afirmou que o policial estava com depressão e fazia tratamento psicológico.
Lucas Valença morreu nesta quarta-feira (2) após levar um tiro em uma fazenda em Goiás.
Ele estava em uma fazenda da família com a mãe, o pai e o irmão, Eduardo Valença, para passar o ponto facultativo de Carnaval e comemorar o aniversário do irmão, quando teve o surto. Lucas nasceu em Goiás, mas morava em Brasília (DF). Ele ficou conhecido em 2016 ao aparecer na escolta do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), réu na operação Lava Jato.
O último caso emblemático em que Lucas atuou foi a caçada ao criminoso Lázaro Barbosa, em Cocalzinho de Goiás (GO), em junho de 2021. Ele estava entre os 270 policiais do DF que fizeram parte da megaoperação. Lucas ficou conhecido como hipster da Federal por causa da aparência, com barba cheia e cabelos longos sempre presos em coque.
A Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) divulgou nota em que lamenta a morte. "A Federação apura informações mais precisas acerca dos fatos constantes no relatório da PMGO. Neste momento de choque e profunda dor, a Fenapef se solidariza com a família pela perda e acompanhará de perto o desenrolar das investigações."