Gilmar Mendes diz que delação de Mauro Cid está ‘lastreada em fatos’ e ‘inquérito é exemplar’
Ministro se manifestou após perguntas sobre a denúncia da PGR contra Bolsonaro e outros 33 por suposto golpe de Estado

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta terça-feira (25) que a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, está “lastreada em fatos” e que o inquérito da Polícia Federal é “exemplar”. As declarações foram dadas em um café com jornalistas. Além disso, afirmou que não acredita que o acordo seja anulado.
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O ministro se manifestou após perguntas sobre a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro e outros 33 por suposto golpe de Estado nas eleições de 2022.
Na conversa, o ministro também disse que o inquérito que investiga o golpe é mais grave que os casos do Mensalão e da Lava Jato. “Singular e muito difícil de comparar.”
No dia 18 de fevereiro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao STF denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Agora, o ministro Alexandre de Moraes vai analisar a denúncia. Segundo a defesa de Bolsonaro, ele “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.
A defesa do ex-presidente disse que recebeu “com estarrecimento e indignação” a denúncia da Procuradoria-Geral da República.
De acordo com o comunicado, Bolsonaro “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os denunciados se tornam réus e passam a responder penalmente pelas ações na corte. Então, os processos seguem para a instrução processual, composta por diversos procedimentos para investigar tudo o que aconteceu e a participação de cada um dos envolvidos no caso. Depoimentos, dados e interrogatórios serão coletados neste momento.
Segundo a PGR, as peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o esquema de ruptura da ordem democrática. E descrevem, de forma pormenorizada, a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas.