Invasão das sedes dos Três Poderes 'uniu mais as instituições', diz Pacheco
Na abertura da sessão para votar a intervenção federal, presidente do Congresso prometeu responsabilizar os criminosos
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
Em discurso durante a abertura da sessão extraordinária para votar a intervenção federal na segurança do DF, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que, apesar do sentimento de tristeza após a invasão e depredação dos prédios públicos dos três Poderes, o resultado é de união ainda maior entre as instituições.
"A união é o resultado que se tem", disse Pacheco, que se referiu aos extremistas como uma "minoria raivosa e selvagem" e que será responsabilizada pelos atos criminosos. "Não é excesso de manifestações democráticas, são crimes que precisam ser punidos", declarou.
O presidente do Congresso frisou que, apesar da invasão em massa, os danos serão individualizados com o objetivo de repassar a conta aos responsáveis pelos atos de vandalismo. Apesar de a Polícia Federal ser a responsável pela abertura de inquérito dos criminosos, Pacheco destacou que a Polícia Legislativa terá papel ativo na identificação.
Cuidaremos%2C além das providências criminais%2C de ajuizar as ações de reparação de danos individualmente em relação a essas pessoas%2C com todas as medidas cautelares de arresto%2C sequestro%2C bloqueio de ativos. Não é justo que o povo brasileiro pague a conta da depredação praticada por criminosos. Eles deverão pagar essa conta e tomaremos todas as providências para que isso aconteça em relação à invasão praticada no Congresso.
O compromisso do presidente é que as casas legislativas passem por reformas e estejam funcionando em plenitude para a abertura do próximo ano legislativo, que começa em 2 de fevereiro.
Em razão das invasões, no entanto, o Senado convocou uma sessão extraordinária semipresencial para votar projeto de decreto legislativo que autoriza a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. A proposta já foi aprovada por votação simbólica na Câmara, na segunda-feira (9).
A intervenção federal foi decretada no domingo (8) pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e tem prazo até 31 de janeiro. A medida está prevista na Constituição Federal quando há "grave comprometimento da ordem pública" e com o objetivo de "garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação".
No domingo (8), extremistas que não aceitam o resultado das eleições invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o prédio-sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Vidraças e móveis foram quebrados, obras de arte e documentos, destruídos, armas e comidas, roubadas.