Lula reúne ministros nesta segunda em meio à alta dos alimentos e à queda de popularidade
Preços preocupam o poder Executivo, e o presidente vai cobrar resultados e traçar um plano para melhorar a imagem do governo
Brasília|Ana Isabel Mansur e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião ministerial para esta segunda-feira (15) em meio à alta dos preços dos alimentos e à queda de popularidade do governo. A expectativa é que o encontro reúna todos os 38 ministros. Essa será a terceira reunião ministerial de 2024 e a primeira com ampla presença.
Lula vai cobrar resultados e pedir maior divulgação das ações positivas dos ministérios. O preço dos alimentos tem afetado a popularidade do presidente, e o objetivo da reunião é entender o que pode ser feito para melhorar a imagem do governo. As últimas pesquisas de opinião mostraram que a desaprovação ao trabalho de Lula tem crescido.
No mês passado, itens como cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%) influenciaram a manutenção da inflação em patamares elevados. Os resultados levaram o Executivo a traçar planos de ação e, na última semana, o presidente fez duas reuniões para discutir o preço dos alimentos — na segunda (11) e na quinta-feira (14).
Os alimentos devem continuar em pauta nesta semana, quando Lula planeja se reunir com representantes do agronegócio e fruticultores.
Na quinta (14), depois da conversa com Lula, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o preço do arroz deve começar a cair em abril e que o governo estuda mudanças no Plano Safra — que incentiva a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e juros competitivos para manter o agronegócio brasileiro como um dos principais vetores da economia nacional.
Entre as ideias avaliadas, estão contratos de opções e estoque de determinados alimentos, como de arroz, feijão, trigo, milho e mandioca.
Na última reunião ministerial do ano passado, Lula demonstrou expectativa de que os ministros aumentassem as agendas pelo Brasil em 2024, especialmente, em regiões do interior do país. Ele quer que este ano seja marcado pelas entregas dos compromissos feitos em 2023.
Popularidade
A rejeição ao governo do presidente chegou ao maior patamar da série histórica e alcançou 46%, segundo mostra a pesquisa da Quaest/Genial divulgada no início deste mês.
A desaprovação da gestão do petista é de 62% entre os evangélicos. O último levantamento feito pelas consultorias, em dezembro do ano passado, mostrou que 43% da população reprovava o trabalho de Lula.
A aprovação ao presidente é de 51% na pesquisa divulgada neste mês, menor percentual desde o início da gestão. O levantamento foi feito entre 25 e 27 de fevereiro.