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Manifestante ucraniano faz apelo a Bolsonaro: 'Peça para parar'

Sérgio Guchnkov mora em Brasília há 15 anos e teme pela segurança dos parentes e familiares que enfrentam invasão russa

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília, e Edilson Cordeiro, da Record TV

Ucranianos reúnem-se em frente a embaixada no Brasil para pedir fim da guerra contra Rússia
Ucranianos reúnem-se em frente a embaixada no Brasil para pedir fim da guerra contra Rússia Ucranianos reúnem-se em frente a embaixada no Brasil para pedir fim da guerra contra Rússia

Em Brasília, ucranianos fizeram uma manifestação nesta quarta-feira (2) em frente à Embaixada da Ucrânia no Brasil. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) sustenta o discurso de neutralidade em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia, eles fazem um apelo ao chefe do Executivo federal para que aproveite a boa relação com o presidente russo Vladimir Putin e peça a ele o fim do conflito. 

Morando em Brasília há 15 anos, Sérgio Guchnkov disse já ter se encontrado com Bolsonaro no Palácio do Planalto em janeiro deste ano e pediu: "Acho que o senhor ainda lembra de mim. Gostaria de pedir ao senhor, que tem boas relações com o presidente da Rússia, que ligue para ele e peça para parar pelo menos esse massacre". 

Guchnkov alegou que, apesar dos milhares de mortes de civis ucranianos, são os soldados russos que mais estão perdendo a vida na guerra. "Faça esse apelo ao presidente da Rússia para que ele tenha bom senso de parar essas hostilidades, retirar as tropas, para depois negociar alguma coisa", continuou. 

No domingo (27), Bolsonaro disse que manteria a posição de neutralidade e que, durante visita à Rússia, dias antes do início dos ataques, conversou por mais de duas horas com Putin, admitindo que o conflito com a Ucrânia foi um dos tópicos debatidos. "Eu me reservo aí como segredo de não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam", disse o chefe do Executivo federal. 

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Ao justificar que não teria motivos para estabelecer diálogo com o presidente ucraniano Volodmir Zelenski, Bolsonaro alegou que não poderia virar as costas para a Rússia, que, em outras ocasiões, defendeu o Brasil diante de críticas da comunidade internacional pela alta no desflorestamento da Amazônia. 

"Quando se discutiram, em mais de um momento, questões climáticas no mundo, países do lado de cá, lá da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], queriam decidir que a autonomia da Amazônia não seria mais nossa, deveria ser administrada por um pool de países do mundo. Quem ficou do nosso lado e falou que a Amazônia é dos brasileiros foi o presidente [da Rússia, Vladimir] Putin", justificou Bolsonaro.

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Visto humanitário

Há a expectativa, no entanto, de ofertar visto humanitário para civis que queiram deixar a Ucrânia e vir para o Brasil. A medida ainda não foi oficializada. Apesar de agradecer a solidariedade dos brasileiros às vítimas da guerra, o manifestante Guchnkov alegou que pessoas próximas a ele não têm intenção de abandonar o país. 

"Eles não pretendem sair da Ucrânia, e os que podem aportar arma disseram que vão aportar. A terra é deles e não tem por que fugir dela", justificou Guchnkov, opinando que não enxerga uma redenção por parte dos ucranianos. "Toda a população, principalmente homens até 60 anos, está pegando armas para lutar. O espírito do povo está muito alto, a Rússia nunca vai vencer essa guerra. O problema é quanto tempo vai levar, quanto de destruição vai acontecer, quantas pessoas vão morrer."

Guchnkov contou que familiares e amigos se abrigam em porões para tentar se proteger dos ataques. Ele lamentou a situação. "Estamos revoltados com a carnificina que está acontecendo com os civis, uma invasão de poder nuclear em país pacífico e independente. Já são milhares de civis mortos devido aos pesados bombardeios de uma guerra que não se tinha na Europa desde a Segunda Guerra Mundial."

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