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Pais de Mauro Cid fizeram movimentações atípicas de R$ 2,5 milhões em 15 meses, aponta Coaf

A CPMI pediu a quebra do sigilo bancário e de inteligência financeira do pai e da mãe do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Brasília|Hellen Leite e Camila Costa, do R7, em Brasília

Cid está preso desde maio deste ano
Cid está preso desde maio deste ano

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que chegou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro informa que os pais do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas em um período de 15 meses. Cid está preso desde maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação.

O relatório, que está sob sigilo, diz ainda que Agnes Barbosa Cid e Mauro Cesar Lourena Cid fizeram envio atípico de valores para o exterior. Com isso, a CPMI pediu a quebra do sigilo bancário, fiscal e de inteligência financeira do casal, com a disponibilização de extratos e detalhes das movimentações.

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Os requerimentos são de autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). O parlamentar pede dados completos de 2019 a 2022, ou seja, durante todo o governo do ex-presidente Bolsonaro. Já os requerimentos que pedem acesso às informações de inteligência financeira contemplam o período de janeiro de 2019 a maio de 2023.

A esposa do militar, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, também é citada nos relatórios do Coaf que indicam movimentação financeira atípica. Segundo o documento, Gabriela movimentou R$ 225.871,26 em um período de seis meses. Na conclusão do documento, o Coaf afirma que as movimentações atípicas sem clara justificativa podem constituir indícios de crime de lavagem de dinheiro. 


O R7 entrou em contato com a defesa de Mauro Cid e aguarda o retorno.

Investigação

Emails em posse da comissão mostram que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tentou vender um relógio da marca Rolex recebido em uma viagem oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro à Arábia Saudita.


Em outra mensagem, Cid enviou orientações ao coronel Wagner Oliveira da Silva, militar que integrava a comissão do Ministério da Defesa que fiscalizou e acompanhou a apuração dos votos nas eleções de 2022. No email, ele sugere ações para "aperfeiçoar a segurança e transparência das urnas eletrônicas".

Diante das novas informações, o presidente da comissão, o deputado Arthur Maia (União-BA), defendeu uma nova convocação do militar. Cid já compareceu à CPMI, mas se recusou a responder às perguntas.

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