Se forem culpados, terão que pagar, diz Lula sobre denúncia de Bolsonaro
Presidente falou que é apenas um ‘indiciamento’ e defendeu espaço de defesa para os indiciados
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quarta-feira (19), a denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Jair Bolsonaro. Segundo o petista, trata-se apenas de um “indiciamento” e que o ex-presidente e os demais indiciados terão todo direito de defesa. O chefe do Executivo afirmou também que, se comprovados os crimes, “terão que pagar”.
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“Se eles provarem que não tentaram dar golpe, que não tentaram matar o presidente, o vice-presidente e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, eles ficarão livres e serão cidadãos que poderão transitar pelo país inteiro. Porém, se na hora que o juiz for julgar e chegarem à conclusão que eles são culpados, eles terão que pagar pelo crime que cometeram”, disse Lula.
Na última terça-feira (18), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) a denúncia contra Bolsonaro por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. Agora, o ministro Alexandre de Moraes vai analisar a denúncia.
Bolsonaro foi denunciado pelos seguintes crimes: liderar organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
A apresentação da denúncia significa que a PGR encontrou indícios suficientes para formalmente acusar uma pessoa de ter cometido um crime. Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito. Os fatos foram divididos em cinco peças acusatórias.
De acordo com a PGR, Bolsonaro tinha um discurso pronto, que seria utilizado caso a tentativa de golpe de Estado fosse bem-sucedida. O documento previa a decretação de Estado de Sítio e a implementação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem), medidas que teriam como objetivo impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e assegurar a permanência de Bolsonaro no cargo.
Segundo a defesa do ex-presidente, ele “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.