Lula garante Silveira no cargo e diz que não tem data nem pressa para reforma ministerial
Presidente voltou a falar sobre desejo de ver Rodrigo Pacheco como governador de Minas Gerais e criticou novamente Romeu Zema
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está mantido no cargo e que não tem data nem pressa para anunciar a reforma ministerial.
Após as eleições das mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a troca entre titulares da Esplanada dos Ministérios é um desafio para o petista.
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Em entrevista a rádios mineiros, Lula lembrou que, atualmente, três ministérios são comandados por membros do PSD - Silveira (Minas e Energia), Celso Sabino (Turismo) e Carlos Fávaro (Agricultura) - e que vai conversar nos próximos dias com partidos políticos. Mas que, por enquanto, não tem pressa para o encontro.
“Se eu falar que eles vão ficar, você vai dizer que Lula não faz mudança no governo... O Silveira é um ministro excepcional e será mantido ministro. Não há porque mexer numa coisa que está fazendo revolução no setor energético brasileiro”, apontou o petista.
Ele garantiu que vai discutir com o PSD e outros partidos políticos. “Não tenho pressa em fazer nenhuma reforma. Eu quero reajustar as peças que temos que trocar. Mas com muita tranquilidade. Não tenho pressa e nem nada. E sim vou fazer os ajustes quando achar que é necessário”, afirmou.
Sem alterar relação com o Congresso
A avaliação do governo é de que a relação com o Congresso não deve ser alterada com as novas conduções no Congresso.
A expectativa do Executivo é de manter o mesmo diálogo que tinha com o Legislativo sob os comandos de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apesar de momentos de embate, como as discordâncias sobre as emendas parlamentares e a derrubada a vetos do petista.
Mesmo com confiança na manutenção da cordialidade, Lula aguardou as eleições do Congresso para decidir sobre alterações na Esplanada dos Ministérios.
O motivo principal é garantir a aprovação de pautas centrais neste ano, como a isenção no imposto de renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais e a regulação das redes sociais — tema polêmico que tende a gerar discussões entre governo e oposição.
Soma-se a isso o fato de o Centrão pressionar o Executivo por mais espaço — mesma razão que motivou a primeira reforma ministerial deste mandato de Lula, em 2023. As cobranças levaram o presidente a ceder os ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos para PP e Republicanos, respectivamente, em setembro daquele ano.
A primeira troca da reforma ministerial foi feita no fim de 2024, com a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Rodrigo Pacheco
Lula evitou responder se o ex-presidente do Congresso Nacional Rodrigo Pacheco será ministro do governo. Na entrevista, o petista voltou a dizer que o seu sonho é que ele possa ser governador de Minas Gerais.
“Estou tentando mostrar para ele que ele é hoje a figura pública mais importante de Minas Gerais e que se ele quiser ser candidato a governador ele poderá ser o futuro governador de Minas Gerais. É só ele querer. Ele vai ter que decidir”, afirmou.
Em sua declaração, Lula criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sobre a renegociação da dívida do estado com a União. Afirmou que, quando o governador ameaçou recorrer, ele vetou tudo o que a AGU apontou como inconstitucional.
“E consciente de que podem derrubar. O Congresso tem soberania para derrubar o veto. O que eu acho é que o governador deveria respeitar, porque fizemos uma coisa que eles não conseguiram fazer. Não é um acordo que beneficia o governo brasileiro, beneficia muito mais os estados que estavam devendo: MG, SP, RJ e RS”, explicou.