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Soraya Thronicke aciona o TSE contra discurso de Bolsonaro no 7 de Setembro

Candidata do União Brasil pediu ao tribunal que impeça Bolsonaro de usar imagens do evento em propagandas eleitorais

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro e a senadora Soraya Thronicke em audiência em outubro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro e a senadora Soraya Thronicke em audiência em outubro de 2019

A candidata do União Brasil à Presidência da República, Soraya Thronicke, acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), em razão dos atos do 7 de Setembro em Brasília e no Rio de Janeiro. A senadora alega que o presidente usou a "máquina pública em campanha" e desviou a finalidade das comemorações do bicentenário da Independência. A ação foi protocolada na quinta-feira (8).

No documento, Thronicke contesta a atitude do presidente de subir em um trio elétrico montado ao lado do desfile, em frente ao Congresso Nacional, para discursar a apoiadores, questiona o financiamento da estrutura e pede ao tribunal que impeça Bolsonaro de usar imagens do evento em propagandas eleitorais.

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"Não está claro quem financiou os custos específicos desse trio elétrico e como teria sido contabilizada essa doação para a campanha eleitoral, prova que desde já se requer. De todo modo, independentemente desse custo específico, é incontestável o desvio do evento oficial, cívico-militar do Dia da Independência, que acabou transformado em comício eleitoral", diz o texto.


Esta é a segunda ação no TSE contra o presidente em razão dos eventos de 7 de Setembro. Também na quinta (8), o PDT pediu ao tribunal que o presidente e seu vice na chapa, general Braga Netto, sejam declarados inelegíveis por oito anos e fiquem impedidos de disputar as eleições de outubro. A legenda também alega que o presidente usou as comemorações dos 200 anos da Independência para interesses eleitorais.

Na ação, o PDT ainda afirma que o governo utilizou R$ 3,8 milhões em estrutura para os atos na Esplanada e que, portanto, "o evento não poderia ser transformado em um palanque eleitoral, com a utilização de toda a estrutura custeada com dinheiro público".


A candidatura do presidente foi julgada pelo plenário do TSE na última terça-feira (6). Por unanimidade, o tribunal aceitou o pedido de registro de candidatura da coligação "Pelo Bem do Brasil". Braga Netto também teve o nome aprovado.

7 de Setembro

Os 200 anos da independência do Brasil foram marcados por atos pró-governo nas principais capitais do país. Em Brasília, foi realizado um desfile cívico-militar com a presença de Bolsonaro e Braga Netto, além de ministros de Estado.


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Após o desfile, o presidente discursou para os apoiadores, ocasião na qual exaltou programas sociais implantados durante o governo — como o Auxílio Brasil —, comentou a diminuição do preço da gasolina e afirmou que "joga dentro das quatro linhas" da Constituição, em referência às eleições de outubro.

"O povo está do nosso lado, o povo está do lado do bem, o povo sabe o que quer. A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro", comentou. Sem citar adverários, Bolsonaro disse ainda que o Brasil trava uma "luta do bem contra o mal".

"O mal impregnou por 14 anos o nosso país e agora deseja voltar à cena do crime. Não voltarão". Em seguida, destacou os principais temas de sua campanha. "Somos contra a ideologia de gênero, o aborto e a liberação das drogas", afirmou.

O Palácio do Planalto afirmou que mais de 1 milhão de pessoas se reuniram na Esplanada dos Ministérios para comemorar o 7 de Setembro. A Secretaria de Segurança Pública do DF não divulgou estimativa de público.

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