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R7 Brasília

Torres não deixou orientações específicas sobre atos extremistas, diz ex-secretário-executivo

Em depoimento à PF, ex-número 2 da Segurança Pública do DF disse que, antes das férias, Torres aprovou plano de segurança

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF

O ex-secretário-executivo de Secretaria de Segurança Pública do DF Fernando de Sousa Oliveira disse à Polícia Federal que não recebeu orientação específica do titular da pasta, Anderson Torres, sobre os atos extremistas de 8 de janeiro. Na ocasião, vândalos invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

De acordo com o depoimento, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública antecipou informalmente as férias, marcadas para começar em 9 de janeiro, e, antes de deixar o Brasil, não apresentou o número 2 da pasta aos comandantes das forças policiais nem ao governador Ibaneis Rocha (MDB).

Trecho de depoimento do ex-secretário-executivo de Segurança Pública do DF
Trecho de depoimento do ex-secretário-executivo de Segurança Pública do DF

O ex-secretário-executivo de Segurança Pública do DF também disse que não recebeu notícias de radicais nos grupos de troca de informações das autoridades distritais e que os termos usados nas mensagens eram "ânimos pacíficos", "normalidade" e "policiamento reforçado'. Isso o teria levado a pensar que tudo estava sob controle.

Duas horas antes da invasão dos prédios da praça dos Três Poderes, na tarde do dia 8, Fernando Oliveira enviou áudio em que tranquilizava Ibaneis a respeito do andamento do ato. Na gravação, ele disse que não havia risco de a manifestação sair do controle e que o ato ocorria de forma ordeira e pacífica.


Depoimento de Anderson Torres

Anderson Torres vai depor novamente na segunda-feira (23), depois que a defesa fez um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso aos autos do processo. Na quarta-feira (8), Torres foi orientado a ficar em silêncio durante a oitiva no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, a 15 km do centro de Brasília, onde ele está preso.

As informações dos inquéritos devem ser liberadas aos advogados até esta sexta-feira (20). Com isso, segunda-feira (23) é considerada uma data viável para o novo depoimento.


Torres é investigado por omissão dolosa diante das invasões de 8 de janeiro. Ele ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e foi exonerado do posto no mesmo dia dos atos de vandalismo.

Antes da invasão feita por extremistas, Torres viajou de férias para a Flórida, nos Estados Unidos. No entanto, interrompeu a viagem diante do mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O ex-ministro retornou à capital federal no último sábado (14) e foi preso.


Minuta de golpe de Estado

Na terça-feira (10), a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres, onde encontrou uma minuta (espécie de rascunho) de um decreto presidencial para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022.

O documento foi incluído na ação que investiga o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma reunião com embaixadores no Palácio do Planalto, em julho do ano passado. Na ocasião, o então chefe do Executivo federal criticou o sistema eleitoral e atacou ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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