Microempreendedor só tem caixa para 8 dias sem atividade, diz Sebrae
São Paulo tem 4,2 milhões de pequenos negócios, que representam 5 milhões de vagas formais – o equivalente a 49% dos empregos no Estado
Economia|Do R7
Os MEIs (Microempreendedores Individuais) serão os primeiros a sentir os efeitos da pandemia do coronavírus. A categoria tem apenas oito dias, em média, de caixa para pagar seus compromissos financeiros.
O prazo amplia para 12 dias para as micro e pequenas empresas, e para 21 dias para as EPPs (Empresas de Pequeno Porte).
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É o que aponta pesquisa realizada pelo Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) entre os dias 27 e 29 de março com 2.696 donos de pequenos negócios paulistas.
A mostra foi inspirada em um estudo da consultoria americana JP Morgan Chase, realizado nos Estados Unidos. Para chegar ao número de dias de caixa, a pesquisa levou em conta entradas e saídas declaradas, além de uma estimativa de reserva de cada empresa.
"Os MEIs são os mais atingidos pela crise atual porque são aqueles negócios que mais dependem de pagamentos à vista. Eles recebem hoje para pagar o fornecedor amanhã. Esse cenário é ainda pior para aqueles que prestam serviço de atendimento ao público”, diz Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
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Hoje, São Paulo tem 4,2 milhões de pequenos negócios, que representam 5 milhões de vagas formais – o equivalente a 49% dos empregos no Estado.
Serviços doméstico e de construção sofrem mais
Os setores mais atingidos pela crise serão os de prestação de serviços doméstico e de construção, que contam com apenas quatro dias de caixa.
Por outro lado, empresas de informação e comunicação, ou seja, que utilizam mais a tecnologia, têm 35 dias antes de zerar.
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Imobiliárias conseguem pagar as contas por 26 dias, enquanto empresas da área da saúde contam com 20 dias. Na média, apenas 17% dos empreendedores pesquisados afirmam ter reserva de caixa.
Vendas caíram para 95% das empresas
A pesquisa também mostra que 95% das empresas registraram queda de vendas desde o início da crise do coronavírus.
A realidade de 54,3% dos entrevistados, hoje, é a empresa de portas fechadas.
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Por outro lado, 35,5% afirmam que estão atendendo por WhatsApp, 23,5% por outras redes sociais (Facebook ou Instagram, por exemplo) e 22,9% por telefone.
Elas podiam dar mais de uma resposta. Atualmente, apenas 26% dos pequenos negócios entrevistados oferecem serviço de entrega – no setor de serviços, esse índice cai para 17,1%.
39,8% dos empresários esperam ajuda do governo
Ao serem questionados sobre como pretendem pagar as dívidas, 39,8% disseram que esperam ajuda do governo.
Para 37,2, a saída vai ser negociar com fornecedores, enquanto 23,8% pretendem contratar um empréstimo bancário.
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Para 23%, a solução é não pagar, enquanto 14,9% devem demitir funcionários.
Empreendedores não dominam fluxo de caixa
Para Poit, o período mostra a importância de os empreendedores aprimorarem a sua educação financeira.
“A nossa pesquisa mostra que, de zero a 10, os donos de pequenos negócios dão nota média de 5,7 para seu conhecimento sobre fluxo de caixa. Por isso, nosso esforço no momento é dar oportunidades de capacitação online atendimento remoto para superarmos essa fase”, diz.
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O Sebrae-SP tem oferecido consultoria remota neste período de crise. Basta ligar para o telefone 0800 5700800 ou buscar informações no portal do Sebrae-SP.
Na página da entidade na internet, também há 117 opções gratuitas de cursos on-line.
Além dessas soluções, diariamente, às 17h, consultores fazem lives nas redes sociais do Sebrae-SP e respondem a dúvidas dos empreendedores.