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Setores abrem 4º tri em queda e mostram economia patinando

Indústria, comércio e serviços apresentaram desempenho negativo em outubro, após Brasil entrar em recessão técnica no 3º trimestre

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Atividade industrial encolheu 0.6% na abertura do 4º trimestre
Atividade industrial encolheu 0.6% na abertura do 4º trimestre Atividade industrial encolheu 0.6% na abertura do 4º trimestre

Após o PIB brasileiro recuar 0,1% entre julho e setembro e colocar o Brasil em uma nova recessão técnica, os primeiros dados relativos ao último trimestre de 2021 indicam que a economia nacional segue em ritmo de desaceleração.

Em outubro, primeiro mês do quarto trimestre, as coletas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que os setores responsáveis pela maior parcela das riquezas nacionais tiveram um desempenho pior do que o apurado em setembro.

Setor de serviços amargou maior baixa na entrada do 4º trimestre
Setor de serviços amargou maior baixa na entrada do 4º trimestre Setor de serviços amargou maior baixa na entrada do 4º trimestre

A maior perda, de 1,2%, foi registrada pelo setor de serviços, responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos bens produzidos no país. Os dados negativos da indústria (-0,6%) e do comércio (-0,1%) confirmam a dificuldade para a recuperação da economia.

"Já contávamos com sinais de fraqueza da atividade no último semestre, o que, infelizmente, vem se materializando", afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos a chance de crescimento econômico abaixo de 4,5% ao final de 2021.

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A sinalização de que a economia brasileira parou de crescer, após se estabilizar das perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus no ano passado, é indicada também pelas prévias do PIB coletadas pelo BC (Banco Central) e pela FGV (Fundação Getulio Vargas), que apontam para a queda de, respectivamente, 0,4% e 0,7% das riquezas nacionais em outubro.

A chefe de economia da Rico Investimentos, Rachel de Sá, ressalta que, apesar da perda de atividade econômica registrada nos últimos meses, o Brasil tende a fechar 2021 com o PIB em um nível semelhante ao do início do ano passado.

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"Os dados negativos não significam que o Brasil não retomou o patamar pré-pandemia. Agora, a mensagem é na dificuldade de começar a crescer no ao que vem", destaca Rachel ao avaliar que houve uma desaceleração da atividade em um momento antes do esperado.

O desempenho mais fraco do que o esperado do PIB foi citado também pelo Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, que revisou de 4,7% para 4,4% a expectativa de avanço da economia neste ano. Para 2022, a previsão foi ainda pior e desabou de 2,1% para 1%.

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"Surpresas negativas em dados recentemente divulgados, que sugerem perda de dinamismo da atividade e reduzem o carregamento estatístico para o ano seguinte, novas elevações da inflação, parcialmente associadas a choques de oferta, e aumento no risco fiscal pioram os prognósticos para a evolução da atividade econômica", analisou a autoridade monetária.

Serviços

Único ramo a apresentar dado positivo entre os meses de julho e setembro, a queda acima do esperado do setor de serviços em outubro chama a atenção, apesar de ainda figurar em patamar 2,1% acima do pré-pandemia, com auxílio dos serviços prestados às famílias, única atividade com resultado positivo na abertura do último trimestre.

Sanchez explica que o desempenho positivo dos serviços no terceiro trimestre ocorreu em meio a um período em que as restrições para conter a pandemia foram reduzidas com a contribuição do andamento das campanhas de vacinação contra a Covid-19.

“O avanço da vacinação encorajou as pessoas voltaram a uma rotina próxima ao normal, que por sua vez, fez avançar o consumo de serviços, a despeito da base de comparação ser deprimida”, avalia o economista.

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Para Rachel, a situação dos serviços, ramo mais afetado pela pandemia, foi revertida com a volta dos consumidores, o que ocasionou no encolhimento das demais áreas. “Durante a pandemia, as famílias passaram a gastar com o comércio, o que alavancou o varejo e a indústria”, indica ela.

Os economistas apontam ainda a alta da inflação, que figura acima de 10% no acumulado dos últimos 12 meses, como um outro entrave para a retomada efetiva do principal que mais contribui com as riquezas nacionais. “A economia nacional não emplacou por termos uma queda importante na renda e um nível elevado de endividamento e desemprego”, reforça Sanchez.

Para conter a disparada dos preços, o BC tem atuado na elevação da taxa básica de juros, movimentação que também afeta o desempenho do PIB. “Isso tende a fazer com que uma parte maior da renda das famílias seja direcionada para o pagamento dos juros e reprima o consumo”, explica Rachel.

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