Alckmin diz que gestão de Fleury em São Paulo foi uma “catástrofe”
Ex-governador coordena campanha de Skaf tem sido foco dos ataques do PSDB
São Paulo|Fernando Mellis, do R7
Diferente da postura que teve nos últimos dias, nesta segunda-feira (1º), o governador de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), adotou um tom de enfrentamento direto ao principal adversário dele: Paulo Skaf (PMDB). Assim como a coligação do tucano já vinha fazendo em propagandas, os alvos foram as alianças do concorrente.
Skaf usou o programa eleitoral de hoje para responder às críticas do PSDB. Ele disse que o tucano também já pertenceu ao PMDB. Em visita oficial às obras de um pronto-atendimento em Santo Amaro, zona sul, o governador comentou a afirmação e atacou, sem rodeios, a gestão do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho, que coordena a campanha do peemedebista.
— Eu saí [do PMDB] bem antes dessa catástrofe [gestão de Fleury]. Eu saí faz 26 anos. O fato é que a gente precisa lembrar. As pessoas não podem esconder. É importante destacar como é que o Mário Covas recebeu o Estado de São Paulo.
Fleury governou o Estado entre 1991 e 1995. O PMDB esteve à frente do Executivo paulista por 12 anos. Em janeiro de 95, Covas assumiu. Alckmin era o vice-governador na chapa.
— Tínhamos hospitais que eram só esqueleto. Aquele Instituto do Câncer, que é hoje o melhor hospital brasileiro de atendimento do SUS, eleito pelos pacientes, estava [havia] 12 anos com obras paralisadas. Todas as obras rodoviárias [paralisadas]. E o Estado estava inadimplente, quebrou, literalmente. Deu um trabalho danado para recuperar.
O tucano também ironizou o fato de Paulo Skaf prometer mudanças. O PSDB faz questão de lembrar que o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e o deputado federal Paulo Maluf (PP), também são aliados do peemedebista. Porém, os dois também já foram aliados de Alckmin. Fleury já chamou o atual governador de “ingrato”. Ele também quer que a Justiça conceda-lhe direito de resposta e retire tempo da propaganda do PSDB.
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Novos hospitais
Alckmin anunciou nesta segunda-feira a assinatura do contrato de PPP (parceria público-privada) para a construção de três novos hospitais no Estado: um Hospital da Mulher na região da Luz; um hospital de ortopedia e traumatologia em São José dos Campos; e outro na região de Sorocaba. Segundo o governador, o prazo para conclusão das obras é de 36 meses. Quando prontos, os hospitais deverão acrescentar mais 646 leitos à rede pública e 162 novos leitos de UTI.
Como candidato, ele prometeu, além dos três, mais dez novos hospitais.
— Para o futuro: ampliar os AMEs [Ambulatórios Médicos de Especialidades], ampliar as especialidades, para diminuir filas; a Rede Lucy Montoro, que é uma rede para atender pessoas com deficiência; e mais dez hospitais no Estado, de acordo com a necessidade de vagas.
O tucano ainda acrescentou que dois novos hospitais — Caraguatatuba e Registro — já têm recursos disponíveis, por meio de um financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). As licitações deverão ser feitas em breve, segundo ele.