Skaf critica falta de saneamento e quer construção de casas contra déficit habitacional
Em visita ao litoral paulista, candidato defendeu programas já existentes
São Paulo|Ana Ignacio, do R7, enviada a São Vicente
Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo, realizou uma caminhada no bairro México 70, localizado em São Vicente, no litoral paulista, nesta quinta-feira (4). O bairro carente é conhecido pelos locais como a região onde "até bombeiros e ambulâncias são assaltados". Grande parte da comunidade possui casas de alvenaria e há prédios do CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). No entanto, há moradores que construíram barracos sobre um córrego.
Com grande presença da militância, Skaf fez o que tem feito em todas as cidades por onde passou nesta semana (o empresário já esteve em Sorocaba, Campinas e São José dos Campos): conversou com moradores, visitou uma unidade básica de saúde e mais uma vez criticou a situação do saneamento básico.
Na beira de um córrego onde era despejado esgoto a céu aberto, Skaf falou sobre sua ideia para a área da habitação criticando a atual gestão do Estado.
— A proposta é o Estado fazer o papel do Estado. Aqui há uma ausência completa do Estado. Eu teria vergonha de governar um Estado onde pessoas vivem dessa forma.
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Sem falar em metas nem apresentar um projeto próprio, o candidato defendeu os programas habitacionais que já existem e disse que, se necessário, irá investir mais na área.
— São Paulo tem R$ 200 bilhões de orçamento. Existem programas do governo federal, do governo estadual. Existem recursos. O que precisa é ter gestão, vontade política, determinação e seriedade. O que tem que se fazer para resolver o problema habitacional é construir casas e, para isso, tem programas do governo federal, governo estadual. Se não é suficiente, ponha mais dinheiro. Você tem que fazer escolhas. Recursos tem, o que precisa é ter gestão.
O candidato, no entanto, destacou que bairros como o visitado possuem problemas maiores que os de moradia que precisam ser resolvidos, mas não detalhou de que forma isso pode ser feito.
— Há um déficit habitacional no Estado de São Paulo de mais de 1 milhão de moradias, só que existem questões emergentes. Essas questões são o risco à saúde, risco à vida, isso tem que resolver.
Antes da caminhada, o candidato se encontrou com militantes no comitê do partido, em São Vicente, e comentou o bom desempenho nas duas novas pesquisas de inteção de votos — o empresário subiu para 22% no Datafolha e para 23% no Ibope.
— Temos que acreditar sim que nós vamos para o segundo turno e vamos ter sucesso porque estamos falando a verdade, queremos o bem de São Paulo para valer.
Outras bandeiras
Muito comum em agendas de campanha, além de bandeiras do próprio candidato, a militância costuma levar também bandeiras de candidatos a deputado da coligação. Nesta tarde, no entanto, uma outra bandeira chamou a atenção da reportagem.
Durante a caminhada, era possível ver algumas bandeiras de Dilma Rousseff (PT) em meio às demais. A presidente e candidata a reeleição tem como vice Michel Temer, presidente nacional do PMDB e correligionário de Skaf.
Recentemente, após desconversar e negar que iria ao encontro, Skaf participou de evento estadual de sua legenda que contou com a presença de Dilma.
O empresário e sua campanha têm evitado relacionar diretamente sua imagem a da presidente por causa da alta rejeição da petista. Nesta quinta, algumas bandeiras, mesmo que discretas, se fizeram presentes. Questionados, militantes desconversaram e disseram não se tratar de equipe da campanha.