Com Temer e Bolsonaro, Nunes chora ao citar Covas e chama Boulos de ‘ameaça’
Filho de prefeito falecido em 2021 também participou de ato; ‘nos unimos para proteger SP’, declarou Nunes sobre frente partidária
Eleições 2024|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
Durante convenção partidária neste sábado (3), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição, criticou o adversário Guilherme Boulos (PSOL) e exaltou a frente de 12 partidos que integram sua candidatura. Ao lado dos ex-presidentes Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ele chorou ao citar o ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), de quem era vice. Nunes assumiu a prefeitura da capital paulista em 2021, depois da morte de Covas.
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O filho do ex-prefeito, Tomás Covas, também participou da convenção do MDB, que oficializou o atual prefeito como representante do partido nas eleições de outubro. “O que ele fez é gigante, e o que nós fazemos é o que ele continuaria fazendo. O Bruno está aqui agora, o Bruno está em tudo o que nós fazemos, e eu tenho certeza que a minha sensação de que nós não podemos nunca nos acomodar vem dele também”, homenageou Nunes, emocionado.
O vice da chapa será o coronel Mello Araújo (PL). Além do PL, estão com o candidato do MDB os partidos PSD, Republicanos, Progressistas, União Brasil, Podemos, Solidariedade, PRD, Agir, Mobiliza e Avante. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também participou do evento deste sábado (3).
Nunes declarou que a união das legendas, à qual chamou de “frente ampla”, ocorreu pela “ameaça de um perigo maior”, em referência a Boulos. O político do PSOL foi oficializado como candidato, com Marta Suplicy (PT) de vice, no último fim de semana, em convenção partidária com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nossa grande frente política aqui em São Paulo não pensa igual em tudo. As frentes não se unem apenas a favor dos seus consensos, mas contra uma ameaça ou um perigo maior. O que nos une, acima de qualquer diferença, é a ameaça de ver uma figura como Guilherme Boulos ser prefeito de São Paulo. O mesmo Boulos que até outro dia estava invadindo o Ministério da Fazenda, depredando a Fiesp [Federação das Indústrias de São Paulo], boicotando, sabotando a Copa do Mundo [de 2014], boicotando e sabotando a nossa seleção e nosso próprio país. Fechando estradas pelo Brasil inteiro. A gente não quer isso. Nós queremos trabalho, oportunidade, habitação, educação. A gente quer paz e desenvolvimento. Nós nos unimos contra isso em uma grande frente ampla para proteger São Paulo das ameaças que o PSOL e que seus satélites aqui na América do Sul, como na Venezuela, são capazes de fazer. Nós nos unimos contra esse mal”, criticou.
Pela legislação eleitoral, os partidos precisam fazer as convenções partidárias até 5 de agosto para formalizar os nomes que vão disputar o pleito em outubro. Depois das confirmações, os partidos têm de registrar as candidaturas até 15 de agosto. No dia seguinte, começa a campanha eleitoral.
Empate técnico
Divulgada na última terça (30), a pesquisa Quaest com a Genial Investimentos mostrou que Nunes aparece com 20% das intenções de voto, seguido por Boulos e José Luiz Datena (PSDB), com 19% cada, na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Os dados resultam de cenário estimulado, no qual os nomes dos possíveis candidatos são apresentados para os entrevistados. Com a margem de erro, o resultado mostra empate técnico entre os três pré-candidatos.
O levantamento entrevistou 1.002 pessoas, de 16 anos ou mais, entre 25 e 28 de julho e tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou menos. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-06142/2024.