Nível do Guaíba cai abaixo da taxa de alerta pela primeira vez desde o início das enchentes
De acordo com medição da ANA (Agência Nacional de Águas), o volume do lago chegou 3,14 metros, um centímetro abaixo da cota de alerta
As águas do Lago Guaíba, em Porto Alegre, atingiram pela primeira vez, desde o dia 2 de maio, o nível abaixo da cota de alerta. Na madrugada desta sexta-feira (07), às 6h, a medição no ponto da Usina do Gasômetro atingiu o volume de 3,14 metros, um centímetro a menos que o alerta, que é de 3,15 metros.
De acordo com a medição da ANA (Agência Nacional de Águas), a última vez que o Guaíba registrou um volume abaixo do alerta foi em 2 de maio. As fortes chuvas no Rio Grande do Sul começaram no dia 27 de abril e, logo, a capital do estado e cidades, como Canoas e Novo Hamburgo tiveram as primeiras inundações.
Há uma semana, em 1º de junho, o lago registrou pela primeira vez nível abaixo da cota de transbordamento, de 3,60 metros. Mas, no última terça-feira, devido aos ventos fortes no RS, as águas voltaram a subir e chegaram a 3,86 metros.
De acordo com o IPH/UFRGS (Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), as condições climáticas indicavam a diminuição do nível do lago. A condição deve se manter estável nos próximos 10 dias, “podendo ocorrer pequenas oscilações em função da ação dos ventos, como na próxima segunda-feira”, apontaram os pesquisadores.
Desde o início dos temporais no Rio Grande do Sul, no final do mês de abril, o nível do lago aumentou em ritmo acelerado e chegou ao pico histórico de 5,35 metros, no dia 5 de maio. O recorde anterior era de 1941, quando as águas chegaram a 4,76 metros.
Mudança cota inundação do Guaíba
No último dia 28, o governo estadual alterou os critérios de medição do lago e a cota de inundação do Guaíba de 3 metros para 3,60 metros e o nível de alerta passou de 2,50 para 3,15 metros. A mudança aconteceu porque o Cais Mauá deixou de ser o local de mensuração, que passou a ser realizada na Usina do Gasômetro.
As novas marcas foram consideradas a partir do declive da linha d’água e do relevo submarino. As alterações não mexem com os registros feitos ao longo da história.
A tragédia no Rio Grande do Sul deixou 172 pessoas mortas, 41 seguem desaparecidas, 806 feridas e mais de 572 mil desalojados. Das 497 cidades do estado, 476 foram atingidas.