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Burevestnik: como é o míssil ‘invencível’ anunciado por Putin e apelidado de ‘Chernobyl voador’

Arma tem propulsão nuclear e pode ficar horas ou até dias em voo; especialistas alertam para riscos de radiação durante uso

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Putin anunciou que houve sucesso em testes com o míssil de cruzeiro nuclear 9M730 Burevestnik, que tem alcance praticamente ilimitado.
  • O míssil utiliza propulsão nuclear, permitindo voar por horas ou dias em baixa altitude, o que dificulta sua detecção.
  • Especialistas alertam para os riscos de radiação e a possível utilidade militar devido à velocidade subsônica do Burevestnik.
  • O míssil faz parte da modernização militar russa, mas não há confirmação independente de sua operacionalidade até o momento.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Filmagem do Ministério da Defesa da Rússia mostra um míssil de cruzeiro nuclear Burevestnik decolando durante testes
Míssil de cruzeiro nuclear Burevestnik decolando durante testes no passado Divulgação/Ministério da Defesa da Rússia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou no último domingo (26) que o país testou com sucesso o míssil de cruzeiro nuclear 9M730 Burevestnik, uma arma que, segundo ele, teria alcance praticamente ilimitado e seria impossível de interceptar.

O Burevestnik, cujo nome em russo significa “petrel (ave marinha) da tempestade”, é um míssil de cruzeiro lançado do solo, projetado para voar em baixa altitude e carregar uma ogiva nuclear. Ao contrário dos mísseis convencionais, movidos por combustíveis químicos, ele usa propulsão nuclear.


A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) chama o armamento de SSC-X-9 Skyfall, e especialistas ocidentais o apelidaram de “Chernobyl voador”, em referência ao risco de vazamento de radiação caso o motor nuclear falhe em voo.

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Como funciona o míssil

O sistema de propulsão nuclear foi criado para permitir que o Burevestnik voe muito mais longe e por mais tempo que mísseis convencionais. Ele poderia permanecer no ar por horas ou até dias, dando voltas ao redor do planeta antes de atingir o alvo.


Um relatório da organização norte-americana NTI (Iniciativa de Ameaça Nuclear) afirma que o míssil seria capaz de evitar radares e sistemas de defesa antimísseis, voando em altitudes extremamente baixas – entre 50 e 100 metros – e alterando a rota de forma imprevisível.

O motor funcionaria com um pequeno reator nuclear, responsável por aquecer o ar e gerar propulsão. Esse ar, potencialmente radioativo, seria expelido para impulsionar o míssil à frente.


Durante um encontro com Putin após os testes, o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, afirmou que o Burevestnik percorreu 14 mil quilômetros em cerca de 15 horas no teste mais recente.

Putin apareceu em um vídeo divulgado pelo Kremlin usando uniforme militar e instruindo seus generais a preparar a infraestrutura necessária para implantar o míssil nas forças armadas. Ele disse que a arma seria “única” e “invulnerável” às defesas dos Estados Unidos.


Dúvidas

Apesar das declarações de Moscou, especialistas ocidentais questionam o valor estratégico da arma. Eles afirmam que a velocidade subsônica (menor que a do som) tornaria o Burevestnik detectável por radares e vulnerável durante o longo tempo de voo.

Outros analistas alertam que, em caso de falha, o míssil poderia espalhar material radioativo ao longo de sua trajetória – o motivo pelo qual o armamento recebeu o apelido de “Chernobyl voador”.

Em 2019, cinco cientistas russos morreram durante uma explosão com liberação de radiação no Mar Branco, incidente que autoridades norte-americanas associaram a testes do Burevestnik.

Na época, Putin chegou a condecorar as famílias das vítimas e afirmou que os especialistas trabalhavam em uma arma “sem igual no mundo”, segundo a agência de notícias Reuters.

Alcance de 20 mil km

Citando publicações militares russas, o IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos) estima o alcance do míssil em até 20 mil quilômetros, distância suficiente para atingir alvos nos Estados Unidos a partir de qualquer ponto da Rússia.

O Centro Nacional de Inteligência Aérea e Espacial dos EUA avaliou em 2020 que, se o sistema fosse colocado em operação, a Rússia passaria a ter uma arma com alcance intercontinental e propulsão nuclear exclusiva.

Dois pesquisadores norte-americanos afirmaram em 2024 ter identificado o local provável de armazenamento do Burevestnik, próximo a uma instalação de ogivas nucleares chamada Vologda-20, a cerca de 475 quilômetros ao norte de Moscou.

Apresentado por Putin em 2018, o Burevestnik faz parte de um grupo de armas estratégicas avançadas que o Kremlin usa como símbolo da modernização militar russa. No entanto, até hoje, não há confirmação independente de que o míssil esteja operacional.

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