Logo R7.com
Logo do PlayPlus

China simula ataques contra 'alvos cruciais' de Taiwan e anuncia uso de armamento letal

Movimentação do Exército chinês em torno da ilha é retaliação à reunião entre presidente taiwanesa e político americano

Internacional|Do R7

Caça chinês participa de exercícios militares perto de Taiwan
Caça chinês participa de exercícios militares perto de Taiwan

A China simulou neste domingo (9) ataques contra "alvos cruciais" em Taiwan, no segundo dia das manobras militares que devem prosseguir até amanhã, segunda-feira (10), numa resposta do país à reunião entre a presidente taiwanesa e o líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

O Exército chinês simulou "ataques de precisão" contra "alvos cruciais na ilha de Taiwan e nas águas circundantes", com a participação de dezenas de aviões e tropas terrestres, informou a televisão estatal do país asiático.

Pequim ressaltou que os exercícios têm a participação de contratorpedeiros, lanchas de alta velocidade e aviões de combate, entre outros.

As manobras militares começaram depois que a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, se reuniu na quarta-feira (5), na Califórnia, com o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy.


Pequim prometeu responder ao encontro com medidas "firmes e contundentes".

O Ministério da Defesa de Taiwan detectou neste domingo (11) navios de guerra e 70 aviões chineses ao redor da ilha, o mesmo número registrado na véspera.


A pasta afirmou que responde às manobras "com calma e serenidade" e explicou que os aviões de guerra detectados até as 16h (5h de Brasília) incluíam caças e bombardeiros.

As manobras têm o objetivo de estabelecer a capacidade da China para "tomar o controle do mar, o espaço aéreo e da informação [...] para criar uma dissuasão e um cerco total de Taiwan", destacou o canal estatal CCTV no sábado (8).


Turistas taiwaneses observam navio de guerra chinês navegando nos arredores da ilha
Turistas taiwaneses observam navio de guerra chinês navegando nos arredores da ilha

Taiwan e o governo dos Estados Unidos criticaram a operação, que recebeu o nome de Espada Conjunta, e pediram "moderação" a Pequim, ao mesmo tempo em que afirmaram manter abertos os canais de comunicação com a China.

"Estou um pouco preocupado; estaria mentindo se dissesse o contrário", declarou Donald Ho, 73 anos, à AFP em um parque de Taipé. "Se acontecer uma guerra, os dois lados sofrerão muito", acrescentou.

"Advertência severa"

A China considera a ilha de Taiwan, de 23 milhões de habitantes, uma de suas províncias, cujo território o país ainda não conseguiu reunificar desde o fim da guerra civil, em 1949.

As manobras "servem como advertência severa contra o conluio entre as forças separatistas que buscam 'a independência de Taiwan' e as forças externas", advertiu no sábado o porta-voz militar chinês, Shi Yin.

Washington reiterou ontem o apelo para que "não mude o status quo" na ilha.

"Estamos confiantes em que contamos com recursos e capacidade suficientes na região para garantir a paz e a estabilidade", afirmou o Departamento de Estado.

O governo chinês anunciou que amanhã os exercícios utilizarão munição letal no estreito de Taiwan, perto da costa de Fujian, uma província que fica diante da ilha.

Os exercícios, que têm uma dimensão "operacional", pretendem demonstrar que o Exército chinês estará preparado, "caso as provocações se intensifiquem", para "resolver a questão de Taiwan de uma vez por todas", declarou à AFP o analista militar Song Zhongping.

"Expansionismo autoritário"

A AFP não constatou neste domingo um aumento das atividades militares na costa norte da ilha de Pingtan, na província de Fujian, perto de onde devem acontecer as manobras com munição letal.

Ao longo de uma estrada perto da costa, Lin Ren colocou para tocar o hino chinês enquanto vendia café atrás de um carro. "Acho que [os exercícios] mostram claramente que temos os meios [...] para unificar o território", disse à AFP o homem, de 29 anos.

A presidente Tsai denunciou no sábado o "expansionismo autoritário" da China e afirmou que Taiwan "continuará trabalhando com os Estados Unidos e outros países [...] para defender os valores da liberdade e da democracia".

A China está irritada com a aproximação dos últimos anos entre as autoridades taiwanesas e o governo dos Estados Unidos, que, apesar da ausência de relações oficiais, fornece à ilha um importante apoio militar.

Em agosto, a China executou manobras militares sem precedentes ao redor de Taiwan e disparou mísseis em resposta a uma visita à ilha da democrata Nancy Pelosi, antecessora de McCarthy na presidência da Câmara dos Representantes.

O governo dos Estados Unidos reconheceu a República Popular da China em 1979 e, em tese, não deveria ter nenhum contato oficial com a República da China (Taiwan), com base no princípio de "uma só China" defendido por Pequim.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.