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Discurso de Estado da União, uma tradição de George Washington a Barack Obama

Internacional|Do R7

Raquel Godos. Washington, 12 fev (EFE).- O discurso do Estado da União nos Estados Unidos não só é uma obrigação constitucional do presidente, é também uma tradição muito arraigada no país, que espera todos os anos escutar seu presidente se dirigir ao Congresso com seus planos de Governo, suas demandas e sua visão da nação. Sua história remonta a 1790 quando George Washington, o primeiro presidente dos EUA, pronunciou sua "mensagem anual" para o Congresso em Nova York, então capital provisória do país, uma iniciativa que continuou seu sucessor, John Adams, mas que encontrou um empecilho no terceiro presidente americano, Thomas Jefferson. Devido a que a Constituição dos EUA exija do presidente que relate ao Congresso "ocasionalmente" o "Estado da União", Jefferson buscou a maneira de cumprir com seu dever, mas sem comparecer pessoalmente, por isso que desde 1801 e até mais de um século depois, os presidentes entregam esse relatório por escrito aos legisladores. Somente em 1913 que Woodrow Wilson recuperou o costume de pronunciar a mensagem em pessoa. Essa decisão veio somente alguns anos antes da explosão dos meios de comunicação no país, algo do que Franklin Delano Roosevelt (presidente entre 1933 e 1945) soube tirar proveito, ao ser o chefe de Estado que mais discursos fez, dez em pessoa, e dois por escrito. Roosevelt aproveitou as novas tecnologias para chegar também ao povo. Fez uso da proliferação das rádios e dos noticiários que passavam nas salas de cinema para tornar públicos seus discursos. Diante da amplitude do público, os textos não só se limitaram a enumeração de propostas e observações, mas se desenvolveram mais em relação à retórica. Até 1945 não se reconhecia pelos historiadores a oficialidade de seu nome,"Discurso do Estado da União", enquanto ao longo da década de 50, com a proliferação da televisão, se transformou definitivamente em uma tradição para os americanos. Justamente devido a que cada vez mais famílias tinham televisor em suas casas, o presidente Lyndon Johnson (1963-69) mudou a hora do discurso de seu tradicional meio-dia para o horário noturno, quando mais espectadores podiam vê-lo. Desde que se transformou em toda uma tradição, o discurso foi adiado somente uma vez, em 28 de janeiro de 1986, uma decisão tomada pelo então presidente Ronald Reagan ao saber do acidente sofrido pela nave espacial Challenger. De todos os discursos do "Estado da União", o mais longo da história foi o último que pronunciou em sua carreira o ex-presidente Bill Clinton, no ano de 2000, 7.452 palavras em 89 minutos de duração. O deste ano, o quinto que dará Barack Obama, será o de número 92 dos discursos presenciais em toda a história do país, e o 224º considerando todos os que foram escritos. Seu primeiro discurso como presidente em 2009, apenas algumas semanas após ter tomado posse, se centrou na necessidade de uma recuperação econômica imediata no país e no giro que sua administração supunha, após os oito anos do Governo de George W. Bush. Em 2010 apelou ao Congresso para solucionar "os assuntos pendentes", como a reforma da saúde que então liderava, e em 2011 centrou suas palavras em recuperar o ânimo perdido após o fracasso eleitoral dos democratas nas eleições legislativas, nas quais perderam a maioria na Câmara dos Representantes. O discurso de 2012 foi um discurso eminentemente eleitoral, impregnado de sua reunião com a reeleição daquele novembro, portanto alguns analistas apontam que provavelmente este seja o mais importante dos discursos sobre o Estado da Nação para Obama, no qual verdadeiramente terá de mostrar qual é sua agenda política e daí o que espera conseguir para o país. EFE rg/ma (foto)

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