Espiões no Brasil: líder norte-coreano Kim Jong-un já teve passaporte brasileiro; relembre
Documentos fraudulentos emitidos na década de 90 permitiram que Kim e seu pai, Kim Jong-il, circulassem pelo Ocidente
Internacional|Do R7

Uma investigação publicada na quarta-feira (21) pelo jornal The New York Times revelou que o Brasil se tornou uma “fábrica de espiões” da Rússia. Mas a reportagem também trouxe à tona outra história emblemática: a de que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, já usou passaportes brasileiros para viajar pelo mundo.
A revelação do jornal norte-americano indica que espiões russos usaram o Brasil como plataforma para construir identidades falsas com o objetivo de se infiltrar nos Estados Unidos, na Europa e no Oriente Médio.
O líder norte-coreano Kim Jong-un e seu pai, o falecido Kim Jong-il, já fizeram algo parecido. Na década de 1990, eles utilizaram passaportes brasileiros obtidos de maneira fraudulenta para pedir vistos para visitar países no Ocidente.
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A informação foi divulgada em fevereiro de 2018 pela agência de notícias Reuters, que teve acesso a documentos obtidos de cinco fontes de segurança europeias, e confirmada pelo Itamaraty em 10 de abril do mesmo ano.
A prática de utilizar documentos falsos para facilitar viagens internacionais não é novidade no contexto da família que governa a Coreia do Norte, mas as cópias dos passaportes brasileiros, divulgadas pela primeira vez pela Reuters, trouxeram evidências concretas dessa estratégia.
“Eles usaram esses passaportes brasileiros, que mostram claramente as fotos de Kim Jong-un e Kim Jong-il, para tentar obter vistos em embaixadas estrangeiras”, uma fonte do setor de segurança contou, sob anonimato.
Os dois passaportes foram expedidos no dia 26 de fevereiro de 1996, com validade de 10 anos cada um, e contêm um carimbo da Embaixada do Brasil em Praga, na República Tcheca. Na ocasião, o ditador norte-coreano tinha 13 anos de idade.
No passaporte, Kim Jong-un aparece sob o nome fictício de “Josef Pwag”, enquanto Kim Jong-il usou o pseudônimo “Ijong Tchoi”. Curiosamente, os documentos indicam São Paulo como o local de nascimento de ambos.
É sabido que Kim Jong-un estudou em um internato em Berna, na Suíça, onde ele fingia ser o filho de um chofer da embaixada para ocultar sua verdadeira identidade.
Segundo o Itamaraty, na época, para conseguir um novo passaporte não era necessário apresentar um documento de identidade. Bastava o interessado “mostrar um passaporte anteriormente expedido”.
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