"Há líderes que querem que Macri não termine seu mandato", diz ministro argentino
Organização de militantes jovens convocou protesto contra o governo para esta tarde
Internacional|Do R7
O ministro do Interior argentino, Rogelio Frigerio, afirmou durante uma entrevista a uma rádio local na manhã desta sexta-feira (26) que setores da oposição ao presidente do país, Mauricio Macri, e ligados à ex-presidente peronista, Cristina Kirchner, "não querem que Macri termine o seu mandato".
Além de Frigerio, diversos outros funcionários de destaque na administração do presidente argentino acusam os líderes mais próximos de Cristina de tentar gerar conflitos para prejudicar o governo.
— Eles não têm dito tão explicitamente, mas é evidente que há um setor de lideranças da Argentina, uma minoria por sorte, que coloca permanentemente empecilhos.
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O ministro afirmou ainda que "essas pessoas não entendem que para a Argentina ir bem, o presidente terá que ir bem".
Desde o final da ditadura militar na Argentina, em 1982, nenhum presidente eleito não-peronista — tendência política popular no país — conseguiu terminar seu mandato. Eleito com 51,34% dos votos em novembro de 2015 pelo partido de oposição Cambiemos, Macri e seus aliados estão em minoria nas duas Câmaras do país, o que desperta receios de que a história possa se repetir e o presidente sofrer algum tipo de impedimento.
Na tarde desta sexta-feira, uma organização política formada por jovens e simpática ao kirchnerismo e a Cristina Kirchner organiza uma marcha na Plaza de Mayo, local de frequentes protestos contra o governo e localizada em frente à Casa Rosada. A manifestação,k que está sendo chamada de "Marcha da Resistência", tem como pauta o "direito ao trabalho".
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A Argentina passa por uma grave crise econômica, com inflação de 46% ao ano — a mais alta dos últimos 14 anos — cortes nos subsídios dos serviços públicos e aumento da pobreza. O aperto na economia provocou pelo menos 200 mil demissões de trabalhadores no primeiro semestre de 2016, conforme denunciado pelos sindicatos do país.
O protesto terá também a participação da líder do grupo Madres de la Plaza de Mayo (Mães da Praça de Maio), grupo que ganhou destaque por denunciar os mortos e desaparecidos do regime militar argentino.
Em um vídeo postado na conta do grupo no Twitter, Hebe de Bonafin disse que a marcha é "para todos os que perderam seus empregos".
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— Esta é uma maneira de reivindicar o direito ao trabalho. Resistir sem descanso.
(Com informações do La Nación)
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