Lituânia constrói sistema de defesa multicamadas para combater Rússia; entenda
País báltico investe em fortificações e tecnologia avançada para proteger fronteira com Bielorrússia e Kaliningrado
Internacional|Do R7
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A Lituânia anunciou um plano robusto para fortalecer as defesas do país na fronteira com Belarus e o enclave russo de Kaliningrado. O projeto prevê a criação de um sistema de defesa em três escalões, projetado para atrasar, interromper e repelir possíveis invasões, em resposta às tensões regionais intensificadas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
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Zona de negação reforçada
Segundo a revista Army Recognition, especializada em defesa e segurança, a primeira camada, localizada até cinco quilômetros da fronteira, será uma zona de negação reforçada, projetada para bloquear avanços iniciais de forças inimigas.
Ela inclui valas antitanque (trincheiras para impedir a passagem de tanques), obstáculos de concreto pré-fabricados, arame farpado e campos minados.
Posições fortificadas de infantaria abrigarão soldados equipados com mísseis antitanque Javelin, um sistema portátil de mísseis guiados, capaz de destruir tanques a até 2,5 km de distância, e Spike-LR2, um míssil antitanque israelense de longo alcance, com precisão guiada por laser ou infravermelho, que pode atingir alvos a até 5,5 km.
O suporte de fogo virá de morteiros e do sistema de gerenciamento de batalha do Vilkas IFV, um veículo de combate de infantaria lituano, baseado no Boxer, equipado com sensores e comunicações avançadas para coordenar ataques.
Zona de interrupção de manobras
Situada entre 10 e 15 quilômetros da fronteira, a segunda camada visa retardar o avanço inimigo. Inclui pontes e bueiros preparados para destruição controlada, criando gargalos para veículos inimigos.
A infantaria mecanizada lituana, apoiada por veículos Boxer – blindados alemães com canhões automáticos de 30 mm e mísseis antitanque, usados para transportar tropas e atacar alvos terrestres –, realizará emboscadas e contra-ataques.
O apoio de artilharia virá dos PzH 2000, um obuseiro autopropulsado alemão, capaz de disparar projéteis a até 40 km com alta precisão, e dos Caesar NG, sistema de artilharia francês montado em caminhão, projetado para disparos rápidos e precisos a longas distâncias.
Defesa final
A terceira camada, próxima a cidades e instalações estratégicas, transforma infraestrutura civil, como estradas, em posições defensivas. Árvores pré-marcadas podem ser derrubadas para bloquear rotas, e depósitos subterrâneos armazenarão combustível e munição.
Sistemas de guerra eletrônica, como o Sky Warden, um sistema lituano que detecta e neutraliza drones inimigos por interferência eletrônica, serão utilizados para proteção contra ataques aéreos.
Lançadores HIMARS, sistemas móveis norte-americanos que disparam mísseis guiados a até 80 km, e drones “suicidas” Switchblade 600, que podem atacar alvos a até 40km com precisão, reforçam a capacidade de ataque a longa distância.
Estratégia e apoio internacional
O projeto responde às mudanças no ambiente de segurança do Báltico após a invasão da Ucrânia em 2022. A Lituânia, que gasta mais de 3,1% do PIB em defesa, é um dos maiores investidores per capita da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
O país doou equipamentos como M113 (veículos blindados de transporte de pessoal norte-americanos, usados para mover tropas com segurança) e treinou mais de 3.000 soldados ucranianos, segundo a Army Recognition.
A Lituânia também hospeda grupos de batalha da Otan liderados pela Alemanha e colabora com Letônia, Estônia e Polônia em sistemas como IRIS-T SLM, sistema alemão de defesa aérea de médio alcance, e NASAMS, sistema norueguês-americano de defesa antiaérea, eficaz contra mísseis e aeronaves.
O objetivo do plano também é reforçar o Desfiladeiro de Suwałki, um corredor terrestre entre a Lituânia e a Polônia que é considerado um ponto vulnerável da Otan por estar cercado por Kaliningrado e Bielorrússia.
A construção do projeto começará no final deste ano, com apoio de engenharia da Alemanha, Dinamarca e República Tcheca. Exercícios de simulação estão previstos para 2026, de acordo com a Army Recognition.
Tensões recentes
No último dia 5, o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, pediu em uma publicação no X reforços na defesa aérea da Otan após drones russos violarem o espaço aéreo do país.
Dias depois, em 12 de agosto, a Lituânia anunciou um programa para treinar crianças e adultos no uso e na construção de drones, como parte de esforços para reforçar a defesa contra possíveis ameaças da Rússia diante do Leste Europeu.
A iniciativa, segundo o governo, envolve os ministérios da Defesa e da Educação e busca capacitar mais de 22 mil pessoas, incluindo estudantes a partir dos 8 anos, até 2028.
Em maio, o ex-diretor da CIA e general reformado dos Estados Unidos, David Petraeus, alertou que a Rússia pode atacar a Lituânia caso consiga consolidar seu controle sobre a Ucrânia.
A declaração foi feita durante evento recente no think tank Policy Exchange, em Londres, na Inglaterra, segundo o jornal britânico Daily Mail.
Petraeus, que liderou operações no Iraque e no Afeganistão, disse que o objetivo de Putin é derrubar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e instalar um “líder fantoche” alinhado a Moscou.
“Quando isso estiver feito, vocês os verão se concentrar em um dos países bálticos. A Lituânia teve destaque em seus discursos, e deveríamos ter ouvido muito mais”, disse ele, sugerindo que a nação báltica seria o próximo alvo devido a menções frequentes nas falas de Putin.
Perguntas e Respostas
Qual é o plano da Lituânia para fortalecer suas defesas?
A Lituânia anunciou um plano robusto para fortalecer as defesas do país na fronteira com a Bielorrússia e o enclave russo de Kaliningrado. O projeto prevê a criação de um sistema de defesa em três camadas, projetado para atrasar, interromper e repelir possíveis invasões, em resposta às tensões regionais intensificadas desde a invasão da Ucrânia pela RÚSSIA em 2022.
Como funciona a primeira camada do sistema de defesa?
A primeira camada, localizada até cinco quilômetros da fronteira, será uma zona de negação reforçada, projetada para bloquear avanços iniciais de forças inimigas. Ela inclui valas antitanque, obstáculos de concreto pré-fabricados, arame farpado e campos minados. Posições fortificadas de infantaria abrigarão soldados equipados com mísseis antitanque Javelin e Spike-LR2, além de suporte de fogo de morteiros e do sistema de gerenciamento de batalha do Vilkas IFV.
Quais são as características da segunda camada de defesa?
A segunda camada, situada entre 10 e 15 quilômetros da fronteira, visa retardar o avanço inimigo. Inclui pontes e bueiros preparados para destruição controlada, criando gargalos para veículos inimigos. A infantaria mecanizada lituana, apoiada por veículos Boxer, realizará emboscadas e contra-ataques, com apoio de artilharia dos PzH 2000 e dos Caesar NG.
O que abrange a terceira camada do sistema de defesa?
A terceira camada, próxima a cidades e instalações estratégicas, transforma infraestrutura civil em posições defensivas. Árvores pré-marcadas podem ser derrubadas para bloquear rotas, e depósitos subterrâneos armazenarão combustível e munição. Sistemas de guerra eletrônica, como o Sky Warden, serão utilizados para proteção contra ataques aéreos, além de lançadores HIMARS e drones "suicidas" Switchblade 600 para reforçar a capacidade de ataque a longa distância.
Qual é o investimento da Lituânia em defesa?
A Lituânia gasta mais de 3,1% do PIB em defesa e é um dos maiores investidores per capita da OTAN. O país doou equipamentos como M113 e treinou mais de 3.000 soldados ucranianos. Além disso, hospeda grupos de batalha da OTAN liderados pela Alemanha e colabora com Letônia, Estônia e Polônia em sistemas de defesa aérea.
Quais são os objetivos do plano de defesa da Lituânia?
O objetivo do plano é reforçar o Desfiladeiro de Suwałki, um corredor terrestre entre a Lituânia e a Polônia, considerado um ponto vulnerável da OTAN. A construção do projeto começará no final deste ano, com apoio de engenharia da Alemanha, Dinamarca e República Tcheca, e exercícios de simulação estão previstos para 2026.
O que foi solicitado pelo ministro das Relações Exteriores da Lituânia?
No dia 5, o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, pediu reforços na defesa aérea da OTAN após drones russos violarem o espaço aéreo do país. Em 12 de agosto, a Lituânia anunciou um programa para treinar crianças e adultos no uso e construção de drones, visando capacitar mais de 22 mil pessoas até 2028.
Qual foi o alerta feito por David Petraeus sobre a Lituânia?
Em maio, David Petraeus, ex-diretor da CIA, alertou que a RÚSSIA poderia atacar a Lituânia caso conseguisse consolidar seu controle sobre a Ucrânia. Ele sugeriu que a Lituânia seria o próximo alvo devido às menções frequentes nas falas de Putin.
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