Mais de 50 chineses se alistaram no exército de Putin em um ano, diz jornal russo
Relatos apontam que cidadãos da China, alguns com passagem relâmpago pela Rússia, assinaram contratos para lutar na Ucrânia
Internacional|Do R7

Pelo menos 51 cidadãos chineses se alistaram no exército russo em um escritório de recrutamento em Moscou entre junho de 2023 e maio de 2024, segundo o jornal independente russo IStories.
Na quarta-feira (9), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de recrutar chineses por meio de redes sociais, como o TikTok, alegando que 155 cidadãos do país asiático lutam atualmente pela Rússia na guerra contra a Ucrânia.
Um dia antes, Zelensky anunciou a captura de dois chineses combatendo pelo lado russo no leste ucraniano durante confrontos recentes. Segundo o governo ucraniano, os prisioneiros carregavam documentos e cartões bancários confirmando sua nacionalidade.
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O IStories diz que a maioria dos chineses passou no máximo dois dias na Rússia antes de assinar contratos militares, indicando que viajaram ao país com o objetivo específico de se juntar às forças armadas.
Entre os recrutados, o mais jovem tinha 20 anos e o mais velho, 51. Embora o destino de muitos permaneça desconhecido, o jornal russo afirma que confirmou a morte de pelo menos um soldado chinês, Zhao Rui, de 38 anos, em Zaporizhzhia, na Ucrânia, em dezembro de 2023, três meses depois de ter se alistado.
Outra baixa é a de Lin Pan, também de 38 anos. Apresentado em um vídeo de um canal russo pró-guerra como “ex-policial militar chinês”, ele foi ferido perto da cidade ucraniana de Bakhmut e retornou ao front mesmo conhecendo apenas duas frases em russo: “Eu sou russo” e “irmão”.
Relatos de outros militares chineses destacam dificuldades como falta de equipamentos, assistência médica precária e barreiras linguísticas. “No campo de batalha, você não pode confiar em ninguém”, disse Li Jianwei, de 41 anos, em uma entrevista disponível no YouTube.
Um vídeo divulgado por Zelensky na terça-feira mostra um dos detidos chineses relatando sua participação nos combates. “A Inteligência sugere que não se trata de um caso isolado. Há indícios de uma presença chinesa mais ampla entre as forças russas”, afirmou Zelensky, ao cobrar explicações formais de Pequim.
A China negou na quinta-feira (10) que tenha enviado soldados para lutar ao lado das tropas da Rússia. O país disse que orienta seus cidadãos a evitar conflitos estrangeiros e nega ter informações sobre recrutamentos de chineses para o exército de Vladimir Putin.
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