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Máquina de raio X e ‘broca de ar’: o que tem na ‘mala’ da 2ª nave privada a pousar na Lua

Instrumentos vão ajudar a Nasa a desvendar alguns dos mistérios do nosso satélite natural

Internacional|Do R7

Imagem do Blue Ghost após seu pouso na Lua Reprodução/Firefly Aerospace

O módulo Blue Ghost se tornou a segunda nave privada da história a pousar na Lua, no domingo (2). Mas este não é o principal feito que ele quer conquistar. Em sua ‘bagagem’, leva dez instrumentos que vão ajudar a Nasa a desvendar alguns dos mistérios do nosso satélite natural.

Esses equipamentos serão usados em demonstrações inéditas que, se bem-sucedidas, devem permitir no futuro uma navegação mais precisa na Lua, melhorar a interação de uma nave espacial com a superfície lunar e ampliar nosso conhecimento sobre o campo magnético da Terra e seus efeitos.

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O que fazem os instrumentos?

Um desses instrumentos testará se os pousadores lunares podem detectar e fazer uso de sinais de satélites GPS orbitando a Terra. Outro tentará combater a poeira lunar — partículas minúsculas e irregulares que são terríveis para astronautas e equipamentos eletrônicos — usando campos elétricos para derrubá-la de uma superfície.

O Lister (Lunar Instrumentation for Subsurface Thermal Exploration with Rapidity), por exemplo, foi projetado para medir como o calor flui para fora da Lua, o que deve ajudar a esclarecer a estrutura profunda do nosso satélite natural e sua evolução ao longo de eras.


O dispositivo consiste em um termômetro na ponta de uma sonda que perfurará até três metros no solo lunar, soprando rajadas de gás comprimido. Se for bem-sucedido, o Lister estabelecerá o recorde de maior profundidade que qualquer missão já cavou na superfície lunar.

“O gás, no vácuo, é como uma granada... Então pensamos: ‘por que não escavar buracos profundos com ele?’”, diz Kris Zacny, vice-presidente de sistemas de exploração da Honeybee Robotics, empresa que desenvolveu o Lister. “É como pegar uma mangueira de jardim apontando para o solo e criar uma vala”, acrescenta.


O Lexi, por sua vez, vai capturar uma série de imagens de raios X para estudar a interação do vento solar com o campo magnético da Terra, que impulsiona distúrbios e tempestades geomagnéticas. Implantado e operado na superfície lunar, este instrumento fornecerá as primeiras imagens globais mostrando a borda do campo magnético da Terra.

Quais operações estão previstas?

As operações previstas nesta missão incluem perfuração subterrânea lunar, coleta de amostras, imagens de raios X e experimentos de mitigação de poeira.


O Blue Ghost agora começará suas operações de superfície e dará suporte a várias demonstrações científicas e tecnológicas da Nasa nos próximos 14 dias – o equivalente a um dia lunar completo.

Em 14 de março, a Firefly espera capturar imagens de alta definição de um eclipse total quando a Terra bloquear o Sol acima do horizonte da Lua.

Em 16 de março, o Blue Ghost capturará o pôr do sol lunar, fornecendo dados sobre como a poeira lunar levita devido às influências solares e cria um brilho no horizonte lunar documentado pela primeira vez por Eugene Cernan na missão Apollo 17, em 1972.

Após o pôr do sol, o Blue Ghost operará várias horas na noite lunar e continuará a capturar imagens que observam como o comportamento da poeira levitante muda após o pôr do sol.

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