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Mentiras e traição: os últimos dias do regime de Bashar al-Assad

O presidente, que manteve um governo autoritário sobre a Síria por mais de duas décadas, fugiu do país para Moscou

Internacional|Ben Hubbard, Farnaz Fassihi, Christina Goldbaum e Hwaida Saad, do The New York Times

Combatentes da oposição celebram a deposição do presidente Bashar Assad em 9 de dezembro de 2024 Daniel Berehulak /The New York Times

Damasco, Síria – Em sete de dezembro passado, enquanto os rebeldes avançavam em direção a Damasco, a capital síria, os membros da equipe no Palácio Presidencial, no topo de uma colina, se preparavam para gravar e enviar um discurso que eles esperavam que conduzisse a um fim pacífico a guerra civil que se arrastava havia 13 anos.

Os assessores do presidente Bashar al-Assad discutiam ideias de mensagens. Uma equipe de filmagem instalou câmeras e luzes nas proximidades. A emissora de televisão estatal síria estava pronta para transmitir o discurso de Assad anunciando um plano para compartilhar o poder com membros da oposição política, de acordo com o que foi dito por três pessoas envolvidas na preparação.

Assad manteve seu governo autoritário sobre a Síria durante mais de duas décadas, impondo o medo e a força. Naquele momento, estava trabalhando no palácio e não demonstrava nenhum sinal de alarme para sua equipe, segundo uma fonte do palácio, cujo escritório ficava perto da sala de trabalho do presidente.

As defesas da capital foram reforçadas, disseram os assessores de Assad, inclusive pela poderosa 4ª Divisão Blindada do exército sírio, liderada pelo irmão do presidente, Maher al-Assad, informou a fonte.


Todos foram enganados.

Depois do anoitecer, o presidente deixou a capital, voando em segredo para uma base militar russa no norte da Síria e, depois, em um jato russo para Moscou, de acordo com seis autoridades de governo e de segurança do Oriente Médio.


Maher al-Assad, o irmão, fugiu separadamente naquela mesma noite acompanhado de outros oficiais militares seniores. Duas autoridades iraquianas disseram que ele seguiu pelo deserto até o Iraque. Sua localização atual continua desconhecida.

Bashar al-Assad deixou seu país tão secretamente que alguns de seus assessores permaneceram desavisados no palácio horas depois que ele partiu, esperando por um discurso que jamais seria proferido, contou a fonte. Depois da meia-noite, chegou a notícia de que o presidente havia partido, e eles fugiram em pânico, deixando os portões do palácio escancarados para os rebeldes que o invadiriam algumas horas depois.


A queda de Assad pôs fim repentino ao domínio autoritário exercido ao longo de 50 anos por sua família na Síria. Causou júbilo entre suas vítimas e inimigos, embaralhou o mapa estratégico do Oriente Médio e colocou a Síria em uma trajetória nova e incerta.

Durante seus últimos dias no poder, Assad implorou, sem sucesso, por ajuda militar estrangeira da Rússia, do Irã e do Iraque. O próprio serviço de inteligência de seu exército documentou o colapso de suas forças em tempo real, segundo relatórios secretos a que o “The New York Times” teve acesso.

Diplomatas de meia dúzia de países buscaram maneiras de tirá-lo do poder pacificamente, com o objetivo de evitar que na antiga cidade de Damasco se travasse uma batalha sangrenta pelo controle do país, de acordo com quatro autoridades regionais envolvidas nas negociações. Uma proposta, informou uma das autoridades, era que ele passasse o poder para seu chefe militar, submetendo-se efetivamente a um golpe.

Este relato da queda de Assad, boa parte do qual é pouco conhecida, baseou-se em entrevistas com autoridades sírias, iranianas, iraquianas e turcas; em diplomatas assentados em Damasco; bem como em associados de Assad e rebeldes que participaram de sua deposição. Muitos deles falaram sob a condição de anonimato, citando protocolos diplomáticos ou medo de represálias por parte de remanescentes do antigo regime – ou até dos rebeldes que o derrubaram.

Atualmente, os rebeldes guardam o Palácio Presidencial. A casa de Assad foi completamente atacada por saqueadores. E os sírios que permaneceram leais ao presidente durante anos de guerra civil estão entregues ao destino incerto e furiosos com o fato de ele os ter abandonado sem dizer uma palavra. “Para sua segurança pessoal, sacrificou todo o seu povo?”, disse o informante do palácio, que escapou rapidamente antes que os rebeldes chegassem. Escondido dos novos senhores da Síria, longe de Damasco, ele ainda tentava entender a fuga repentina de Assad: “É uma traição que não posso aceitar.”

‘A vida era normal’

No fim de novembro, quando os rebeldes do noroeste da Síria lançaram uma ofensiva com o objetivo de repelir as forças de Assad, o presidente estava a um continente de distância para uma ocasião familiar alegre. Seu filho mais velho, Hafez Assad, estava defendendo sua tese de doutorado na Universidade Estadual de Moscou. Reunidos em um auditório de decoração pesada com painéis de madeira em uma colina com vista para a capital russa, estavam a esposa de Bashar al-Assad, Asma Assad, e dois avós de Hafez.

Famílias desalojadas que vivem durante a guerra em um abrigo de emergência em Idlib, na Síria Ivor Prickett/The New York Times

A dissertação de 98 páginas – “Questões Aritméticas de Polinômios em Campos Numéricos Algébricos” – dificilmente atrairia um grande número de leitores, mas trazia uma dedicatória única: “Aos mártires do Exército Árabe Sírio, sem cujos sacrifícios altruístas nenhum de nós existiria.”

Bashar al-Assad também estava em Moscou, embora não tenha comparecido à defesa. De volta a casa, o exército que seu filho havia elogiado como heroico estava desmoronando diante do avanço rebelde.

Durante 13 anos, Assad travou uma guerra civil brutal contra grupos armados que queriam sua deposição. O conflito havia devastado o país, matando mais de meio milhão de pessoas e deixando milhões de refugiados. O Irã e seu aliado, o grupo militante libanês Hezbollah, apoiaram as tropas sírias, e a Rússia enviou caças cujos ataques aéreos devastaram comunidades rebeldes.

Por volta de 2020, a guerra chegou a um impasse. A economia da Síria estava destruída e grande parte de seu território estava fora das mãos de Assad. Ainda assim, ele permaneceu no poder e, ultimamente, trabalhava para se livrar do status de pária internacional. “A vida era normal, e todos olhavam para o futuro”, lembrou o informante do palácio que trabalhou no corredor da sala de Assad ao longo de muitos anos.

Em 30 de novembro, uma coalizão rebelde liderada pelo Hayat Tahrir al-Sham, grupo islâmico com raízes na Al-Qaeda, tomou a cidade de Alepo, no norte da Síria, centro econômico importante. Foi um choque para muita gente em todo o Oriente Médio. Assad voltou para Damasco e encontrou sua equipe inquieta, embora ninguém achasse que a capital fosse vulnerável, lembrou a fonte do palácio.

Ciente de que seu exército havia sido derrotado por anos seguidos de batalhas, Assad buscou ajuda das potências estrangeiras que o tinham socorrido nos conflitos anteriores.

Em Teerã, comandantes seniores da Guarda Revolucionária do Irã fizeram reuniões de emergência para descobrir maneiras de ajudar Assad, de acordo com o que foi dito por três autoridades iranianas, incluindo dois membros da Guarda Revolucionária. Dois dias depois da queda de Alepo, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, viajou à Síria, reforçando publicamente a mensagem de que Damasco estava segura. Câmeras de televisão o filmaram posando para fotos com famílias na rua e comendo em um popular restaurante shawarma com seu colega sírio. Prometeu à mídia iraniana que o Irã ficaria com Assad até o fim.

As opções do Irã eram limitadas. Esse país, durante a guerra na Síria, fornecera grande ajuda militar a Assad, enviando os próprios comandantes e combatentes da Guarda Revolucionária, bem como comandos do Hezbollah e combatentes de muitas outras nações. Mas o Hezbollah tinha acabado de sair gravemente ferido de sua guerra com Israel. Milhares de seus guerreiros morreram ou foram feridos, muita munição foi perdida e a maioria de seus principais líderes foi morta. Israel também ameaçara aeronaves iranianas que se deslocavam para a Síria e se posicionara contra qualquer mobilização de forças terrestres que fosse efetuada por lá. Em resumo, o Irã não tinha nenhuma maneira prática de apoiar Assad.

Araghchi disse à mídia estatal que encontrara Assad confuso e irritado porque seu exército não conseguira manter Alepo, acrescentando: “O presidente sírio não tinha uma leitura precisa da situação.” De acordo com duas autoridades iranianas, Assad afirmou a Araghchi em particular que seus generais haviam feito a retirada das forças de Alepo como um movimento tático para reforçar a defesa de Damasco.

Outro defensor de Assad foi o presidente Vladimir Putin, da Rússia. Esse país manteve uma base militar no norte da Síria e uma base naval na costa do Mediterrâneo, em Tartus, que permitiu ao presidente russo projetar seu poder para além de Moscou.

Putin veio em socorro de Assad durante a Guerra da Síria em 2015, com militares russos esmagando os rebeldes. Tentou intermediar uma reconciliação entre Assad e o presidente Recep Tayyip Erdogan da Turquia, que apoiava os rebeldes havia muito tempo, mas o esforço não progrediu.

Nos primeiros dias do avanço dos rebeldes depois da queda de Alepo, Assad sentiu um esfriamento repentino de seu relacionamento com Putin, disseram o informante do palácio e um oficial turco. O líder russo parou de atender suas ligações.

‘Não há planos para combatê-los’

Em seguida à tomada de Alepo, os rebeldes continuaram para o sul e tomaram o reduto de Assad em Hama, na Síria, em outro choque repentino para o regime.

A marcha rápida dos rebeldes revelou a podridão profunda dentro do exército de Assad. A crise econômica e as sanções punitivas haviam esvaziado a moeda da Síria, reduzindo o salário dos soldados para menos de US$ 30 por mês. Tantos foram mortos que o exército dependia fortemente de recrutas, que eram mal alimentados e equipados com materiais ultrapassados.

Prédios residenciais e uma escola infantil foram atingidos por um ataque aéreo dias antes do colapso do regime de Assad Ivor Prickett/The New York Times

Os rebeldes carregavam principalmente armas leves, mas tinham uma grande vantagem: os drones que usavam para atacar centros de comando, dispersando os soldados do regime. Relatórios de inteligência militar síria, que foram revisados pelo “Times”, descrevem ataques implacáveis de drones em todo o país, que as forças de Assad não tinham como conter. Muitos drones usados decolaram de um campo na província de Idlib, controlada pelos rebeldes, no noroeste, próximo a um armazém que abrigava pelo menos 200 deles, lê-se em um relatório.

Em Teerã, comandantes militares disseram ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, que os rebeldes estavam avançando depressa demais para que o Irã pudesse ajudar, de acordo com quatro autoridades iranianas.

Chocado, Khamenei enviou um conselheiro sênior, Ali Larijani, em uma viagem secreta a Damasco para dizer a Assad que ganhasse tempo prometendo reformas políticas e um novo governo que incluiria membros da oposição, segundo as quatro autoridades iranianas. Larijani também discutiu o tópico da deserção, levantando a possibilidade de ele seguir para Teerã ou Moscou.

Percebendo que a Rússia não o salvaria e que o Irã não poderia, Assad enviou seu ministro das Relações Exteriores a Bagdá, que disse ao primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, que a queda de Assad colocaria o Iraque em perigo, de acordo com três autoridades regionais que tinham conhecimento das negociações. Ele implorou por apoio militar iraquiano, mas os principais líderes do país – o primeiro-ministro, o presidente e o presidente do parlamento – se recusaram.

Em público, autoridades iranianas pediram uma solução diplomática. Mas autoridades em Teerã concluíram que Assad não sobreviveria, e o Irã começou a retirar silenciosamente sua equipe diplomática e militar de Damasco. Foi o que informaram seis autoridades iranianas.

“Eles nos disseram que os rebeldes chegarão a Damasco no sábado e não há planos para combatê-los. O povo da Síria e o exército não estão prontos para outra guerra. Acabou”, lê-se em um memorando interno da Guarda Revolucionária visto pelo “Times”.

‘Ninguém sabia de nada’

O pânico tomou conta de Damasco quando o sol nasceu em sete de dezembro. Durante a noite, os rebeldes avançaram em direção a Homs, terceira maior cidade da Síria e último grande centro urbano entre os rebeldes e a capital.

Os moradores correram para as lojas para estocar comida, caso as batalhas de rua os prendessem em casa. Outros abasteceram o carro e fugiram da cidade.

Dentro do exército, ficava cada vez mais evidente que as forças de Assad estavam falhando, de acordo com dezenas de relatórios de inteligência militar datados de seis e sete de dezembro, que foram revisados pelo “Times”.

As forças estavam sobrecarregadas, disseram. Rebeldes disfarçados em uniformes do exército estavam se aproximando de Homs em carros adornados com um retrato de Assad, e outros grupos armados haviam tomado postos de controle do exército em Daraa, ao sul de Damasco. Um memorando dizia que os soldados tinham deixado para trás veículos blindados e armas que os rebeldes haviam reivindicado. “Estão planejando controlar toda a região sul e então seguir para a capital. Isso vai ser feito dentro de algumas horas”, lê-se em outro relatório.

A sensação de alarme não havia chegado ao Palácio Presidencial. Assad e seus colaboradores estavam cada qual em seu escritório, tentando administrar uma crise cuja gravidade não compreendiam. “A equipe ainda estava elaborando cenários. A possibilidade de Damasco cair não foi sugerida por ninguém”, lembrou a fonte.

A equipe do palácio passou o dia aguardando o discurso que Assad deveria gravar, esperando que a fala do presidente, de alguma forma, parasse o avanço rebelde. “Muita gente no palácio dizia que era a hora de ele aparecer, apoiar o exército, tranquilizar a população”, relatou a fonte.

Mas a gravação continuou sendo adiada sem explicação. A fonte revelou que, ao anoitecer, a equipe já não tinha certeza de onde Assad estava.

Do outro lado do Oriente Médio, em Doha, no Catar, muitos dos conhecidos negociadores de poder da região se reuniram para tentar encontrar uma maneira de impedir que a situação na Síria piorasse ainda mais. Alguns países representados odiavam Assad, mas aceitaram o fato de que ele havia sobrevivido à guerra e também não confiavam na capacidade dos rebeldes de manter a Síria unida.

Vista do alto de Sednaya, uma prisão agora vazia de detentos, nos arredores de Damasco Daniel Berehulak /The New York Times

Entre as autoridades presentes, de cinco países árabes, além da Turquia, da Rússia e do Irã, muitos já haviam chegado à conclusão que era tarde demais para Assad, de acordo com três autoridades de diferentes países que compareceram.

Naquela noite, os rebeldes entraram em Homs, exacerbando os temores de que Damasco seria o próximo destino. “Depois que Homs caiu, tudo ficou muito tenso, e ninguém sabia de nada do que estava ocorrendo – nem no palácio nem fora dele”, disse a fonte.

‘Queimem tudo’

Assad tinha à sua escolha palácios para usar nos negócios oficiais, e morava com sua esposa e três filhos em uma vila modernista de quatro andares, cercada por palmeiras e fontes no luxuoso bairro de Al-Maliki, em Damasco.

Depois que se foi, seus vizinhos contaram que morar perto dele era um incômodo. Soldados bloqueavam o acesso à rua e interrogavam visitantes. Instalar uma nova antena parabólica ou um aparelho de ar-condicionado exigia negociações complicadas com o serviço de inteligência.

Mas pelo menos Assad e sua família eram quietos. É por isso que os vizinhos se assustaram quando ouviram os guardas gritando, horas antes do amanhecer em oito de dezembro: “Fujam, fujam! Eles estão chegando!”, um vizinho se lembrou de ouvi-los berrar. “Que Deus o amaldiçoe. Ele nos deixou!”

O caos também tomou conta das instalações de um ramo de inteligência da força aérea em outro lugar da cidade, segundo contou um soldado que nos deu apenas seu primeiro nome, Mohammed, por medo de retaliação. Conforme os rebeldes se aproximavam, chegavam ordens para defender a capital. Mas, em seu telefone celular, os soldados viam imagens de seus camaradas em outros pontos tirando o uniforme e fugindo, ele disse.

Depois que a noite caiu, as ordens mudaram. “Queimem tudo: documentos, arquivos e discos rígidos”, Mohammed se lembrou de que ouviu essa ordem. “Nesse momento, eu e meus colegas sentimos que o regime estava caindo.” Ele também vestiu roupa civil e saiu da base.

Dentro do palácio, as horas passavam, enquanto assessores de Assad aguardavam pelo discurso. “A ideia de que o presidente havia fugido nunca passou pela cabeça de quem estava lá”, uma fonte lembrou, relatando também que, depois da meia-noite, receberam uma ligação dizendo que o presidente havia escapado. Então, o chefe de segurança da área ligou para dizer que os guardas tinham fugido e que ele também estava indo embora.

O terror se instalou, a fonte disse, e correu para seu carro; encontrou o palácio vazio e os portões abertos. Correu para se esconder, concluindo, enquanto dirigia, que nunca houvera um plano para um discurso. Entendeu que era um estratagema para distrair a equipe de Assad enquanto o presidente escapava. “Ele nos enganou. Será que ainda tem alguma popularidade entre seu povo? Não. Pelo contrário. Ele nos traiu.”

Ao norte de Damasco, Bilal Shahadi, de 26 anos, estava entre os milhares de prisioneiros mantidos no cárcere de Saydnaya, prisão tão brutal que a Anistia Internacional a chamou de “matadouro humano”.

Durante os dois anos em que lá esteve, os dias de Shahadi começavam com os guardas gritando “Animais, venham!” para que os presos gritassem seu número de prisioneiro um por um – uma chamada sinistra para ver se alguém havia morrido durante a noite.

Antes do amanhecer de oito de dezembro, ele acordou com empurrões em sua cela lotada e sons de vozes do lado de fora gritando: “Deus é grande!” Foi até a porta e, para sua surpresa, estava aberta. Saiu.

Um guarda da prisão tinha aberto uma cela e fugido, deixando as chaves para trás. Os primeiros prisioneiros a sair destrancaram as outras celas.

Shahadi atravessou a prisão. No escritório de um guarda encontrou um pôster de Assad, ao qual ateou fogo com um isqueiro. Saiu a pé com milhares de outros prisioneiros, aplaudindo e chorando, enquanto caminhava para casa. “Foi um sonho. Tudo parecia um sonho”, lembrou.

(Contribuíram para a reportagem: Ben Hubbard, Christina Goldbaum e Hwaida Saad, de Damasco, na Síria; Anton Troianovski, de Berlim; e Falih Hassan, de Bagdá.)

c. 2025 The New York Times Company

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