Peru e Chile prometem respeitar decisão de Haia sobre limite marítimo dos países
Disputa começou em 2008 e terá decis]ao final anunciada em 2013
Internacional|Da Ansa
Os ministros da Defesa do Peru, Pedro Cateriano, e do Chile, Rodrigo Hinzpeter, reafirmaram que os governos de seus países "irão respeitar" a decisão da Corte Internacional de Haia sobre a redefinição das fronteiras e dos limites marítimos que está sendo analisada no tribunal desde 2008.
O Peru mantém uma demanda contra o Chile na Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia, solicitando a revisão dos limites marítimos bilaterais. Em maio de 2010, o tribunal notificou o Equador sobre a disputa, após o país ter sido citado como um dos que assinaram os pactos.
Entre os principais argumentos do Peru está a afirmação de que a Declaração de Santiago, de 1952, e o Convênio sobre Zona Especial Fronteiriça Marítima, de 1954, acordos firmados pelas três nações, são referentes à pesca, enquanto o Chile sustenta que eles se tratam dos limites.
Cateriano disse ontem que o governo do presidente Ollanta Humala "respeitará a resolução da Corte Internacional de Haia e que esta página ainda está por ser escrita".
Em conferência de imprensa, oferecida pelos dois ministros no Peru, em virtude da reunião do Conselho de Defesa da União das Nações Sul-americanas (Unasul), o ministro peruano declarou que o acatamento da resolução de Haia "reafirma o compromisso de mirar o futuro" nas relações entre o Chile e seu país.
"As duas nações miram com fé e esperança o futuro", afirmou Cateriano, após destacar que tanto o Chile como o Peru buscam atender os setores mais necessitados em saúde, educação, moradia e emprego dos dois povos.
Por sua vez, Hinzpeter afirmou "com toda a tranquilidade" que o Chile é e continuará sendo um país respeitoso do direito internacional, dos tratados internacionais e dos tribunais de justiça.
O ministro chileno destacou que, "desta forma, esperaremos com calma e serenidade a decisão que será pronunciada pelo tribunal de Haia".
Além do problema da fronteira, as relações entre o Peru e o Chile incluem temas espinhosos como as relações bilaterais no campo econômico, comercial e migratório.
A fase oral do processo acontecerá de 3 a 14 de dezembro. A sentença, que não cabe apelação, será emitida em meados de 2013.