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Peru: Junta de procuradores aceita renúncia do procurador-geral

Pedro Chávarry é acusado de interferir em investigações sobre a Odebrecht no país; em sua carta de renúncia, ele criticou investigadores do cas

Internacional|Do R7

Procurador vinha sendo alvo de protestos no Peru
Procurador vinha sendo alvo de protestos no Peru

A Junta de Procuradores Supremos do Peru aceitou nesta terça-feira a renúncia do procurador-geral, Pedro Chávarry, que supostamente interferiu na investigação do caso Lava Jato no Peru e que gerou uma profunda crise no Ministério Público do país.

A procuradora suprema Zoraida Avalos assumiu de forma interina a procuradoria-geral — uma designação que será confirmada em uma próxima sessão, uma vez que é a magistrada de maior idade no Ministério Público, segundo explicou o procurador Tomás Gálvez à emissora de televisão "Canal N".

Em sua carta de renúncia, Chávarry argumentou que decidiu dar "um passo ao lado" por respeito à sua instituição, e para não ser o pretexto para que "continuem estes atos ilegais contra a instituição que represento", em referência às investigações iniciadas por supostamente integrar uma máfia dentro do Judiciário peruano.

Chávarry também criticou o promotor José Domingo Pérez, responsável pelas investigações da Lava Jato do Peru, por "invadir" os escritórios de assessores da procuradoria-geral tendo como amparo "uma ordem judicial arbitrária".


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Pérez investiga os vínculos de Chávarry com Keiko Fujimori, líder da oposição, e com Alan García, ex-presidente do país. Os dois são acusados de ter recebido propina da construtora Odebrecht.

Mais cedo, a imprensa peruana noticiou que os lacres de segurança usados para selar o material apreendido na Promotoria da Nação foram violados antes de que os promotores pudessem analisar os documentos apreendidos. Além disso, uma colaboradora de Chávarry foi acusada de retirar papéis do escritório alvo da operação de Pérez.


"Fui vítima de ataques midiáticos, com falsas afirmações e denúncias por parte de congressistas, órgãos não-governamentais e jornalistas. Não somente atacaram minha trajetória e prejudicaram o meu nome, mas conseguiram colocar a população contra mim", disse o agora ex-procurador-geral do Peru.

Tomás Galvéz disse que a renúncia de Chávarry foi aceita de forma imediata pela Junta de Procuradores Supremos, que decidiu designar Ávalos para assumir o cargo antes ocupado por ele de forma interina.


A crise no Ministério Público fez o presidente do Peru, Martín Vizcarra, apresentar um projeto de lei ao Congresso para declarar emergência no órgão.

Vizcarra reagiu à decisão de Chávarry de demitir os promotores responsáveis pelas investigações da Odebrecht no país. O procurador-geral voltou atrás após pressão de políticos e da população, que se mobilizou durante as comemorações do Ano Novo para exigir sua renúncia.

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