Prisão preventiva de Mursi é prolongada por 30 dias
Presidente deposto é acusado de conspirar com o grupo islamita palestino Hamas
Internacional|Do R7

Um tribunal egípcio ordenou nesta sexta-feira (13) o prolongamento por 30 dias da prisão preventiva contra o presidente deposto do Egito, Mohammed Mursi, detido pelo Exército em um lugar desconhecido e acusado de conspirar com o grupo islamita palestino Hamas.
O juiz do Tribunal de Apelações do Cairo, Hassan Samir, dispôs a mesma medida para o ex-chefe do gabinete da Presidência de Mursi, Refaa al Tahtaui, informou a agência de notícias Mena. Ambos são acusados, além disso, do assassinato de presos e oficiais de polícia, do sequestro de responsáveis de segurança, do assalto e incêndio da prisão de Wadi Natrun e de atacar instalações das forças de ordem.
Mursi esteve recluso em Wadi Natrun durante a revolução que derrubou seu antecessor na Presidência, Hosni Mubarak, entre janeiro e fevereiro de 2011, mas conseguiu escapar dois dias depois graças ao caos que reinava nas prisões após a debandada dos guardiães. Tahtaui também enfrenta a acusação de filtrar importantes informações ao Hamas quando trabalhava no gabinete presidencial.
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O magistrado pediu a detenção de outros acusados na mesma causa, que até agora inclui 13 detidos. Sobre Mursi ainda há outras ordens de prisão preventiva por supostamente ter insultado o Poder Judiciário e por sua suposta implicação na morte, detenção e tortura de cidadãos nos distúrbios de dezembro em frente ao palácio presidencial.
Por outro lado, o islamita Esam al Erian, vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, grupo no qual Mursi militou até que chegar à Presidência em junho de 2012, pediu nesta sexta-feira que os seguidores do líder deposto se manifestem. Al Erian, que se encontra em paradeiro desconhecido e contra o qual foram ditadas várias ordens de detenção por supostamente instigar à violência, advertiu que "o povo não se renderá perante a força brutal das forças de segurança".
As manifestações são organizadas pela Coalizão de Defesa da Legitimidade, que agrupa a Irmandade Muçulmana e outras forças que rejeitam o golpe militar que depôs Mursi no dia 3 de julho.
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